• Carregando...

Embora o Ministério de Minas e Energia (MME) tenha anunciado um "pente fino" no setor de transmissão de energia no fim de 2012, o último relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostra que, dos 464 empreendimentos de transmissão em construção ou com obras de reforço no país, 240 estão atrasados. Ou seja, mais da metade está fora do prazo previsto pelo governo, que havia divulgado o acompanhamento mais rigoroso com o intuito de melhorar a confiabilidade do sistema, após uma série de apagões.

O documento mostra que, além do atraso no cronograma, 209 projetos de transmissão, ou 45,04% do total, já deveriam ter sido entregues. O relatório de acompanhamento dos empreendimentos de transmissão, elaborado pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade (SFE) da Aneel, tem 1.024 páginas e detalha a situação de todas as obras de construção de novas linhas e subestações.

Alguns empreendimentos listados como atrasados estimam uma postergação de poucos dias, mas a maioria prevê que as obras serão concluídas com diferença de meses ou até mesmo anos em relação ao cronograma previsto inicialmente pelo governo no leilão de cada concessão.

Prejuízos

A Associação Brasileira de Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate) reconhece que o alto nível de atrasos é prejudicial ao sistema e causa impacto negativo considerável para as próprias empresas de transmissão. Mas culpa os cronogramas apertados instituídos pelo governo para os empreendimentos, sobretudo por causa de dificuldades na obtenção dos licenciamentos ambientais.

Segundo o diretor executivo da Abrate, César de Barros, os cronogramas elaborados pelo governo dão apenas quatro meses para que as empresas consigam essas licenças, mas o prazo médio tem sido de 17 meses. "Ou seja, todo empreendimento de transmissão já começa com 13 meses de atraso, na média, e precisamos correr com o resto da obra para entregarmos no prazo", alega. De acordo com ele, as companhias do setor acumulam prejuízos de R$ 2,2 bilhões desde 2000 por causa desses atrasos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]