Profissional de recursos humanos gosta mesmo é de contratar. A tarefa de selecionar pessoas, treiná-las e contribuir para seu desenvolvimento profissional e o crescimento da empresa é das mais aprazíveis, dizem os especialista no assunto. O problema é quando chega a hora de demitir. Pior ainda quando a demissão envolve centenas ou até milhares de pessoas.
"É um trabalho de muito sofrimento para o profissional de recursos humanos", diz Lizete Araújo, vice-presidente de Planejamento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). "O papel desse profissional é atrair e reter as pessoas, e promover o processo de crescimento desses profissionais para gerar os desempenhos esperados por uma empresa. Se tiver que devolver ao mercado, no mínimo espera-se que a pessoa saia melhor do que entrou", completa.
As palavras de Lizete descrevem bem a preocupação que o profissional de RH tem neste momento. Empresa que se preze deve ter seriedade não só na admissão, mas também na demissão. "Não é uma tarefa fácil. Tem que tentar mostrar que não há outra solução. A empresa só vai demitir quando tiver essa necessidade", diz Gerusa Mengarda, da Allis S.A.
"Uma boa demissão é ser claro nas informações, e dar apoio para o profissional que está sendo desligado, principalmente quando não é por causa do desempenho dele", diz a gerente-executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Carina Daniel. Por isso as próprias companhias começam a procurar serviços de recolocação e "outplacement", para que o funcionário demitido volte a trabalhar o quanto antes.
"Demitir não é bom para ninguém, é muito traumático. Mas, se você puder fornecer um serviço que vai dar amparo ao trabalhador, é mais tranquilo. Até ajuda a evitar questões trabalhistas", diz a especialista. No entanto, ela diz que ainda é pequeno o número de empresas que trabalha desta maneira.
"As pesquisas mostram que apenas 12% a 15% das organizações adotam algum tipo de assessoria, ou contratam serviços para conduzir esses processos. O universo é ainda mais restrito para pequenas e médias empresas", diz Lizete, da ABRH.
Tomada de decisão
Geralmente, a decisão de cortar funcionários é tomada em conjunto entre a área envolvida (industrial ou administrativa, por exemplo) e a área de recursos humanos. "O RH tem que participar com a área que está demitindo. É sempre uma decisão estratégica. Precisa-se definir quem vai assumir as funções das pessoas que foram desligadas", diz Carina Daniel.
A comunicação para os funcionários demitidos varia de empresa para empresa. Mas Carina, que já trabalhou assessorando empresas em processos de grandes cortes, afirma que, no caso de demissões em massa, o melhor mesmo é dar a notícia de uma vez só, para todos os envolvidos. "Você imagina demitir 600 pessoas avisando grupinhos, ou um de cada vez? A notícia para o último já chega bem antes, e de forma muito distorcida."
- Para escapar da onda de demissões, proteja seu emprego
-
Deputada norte-americana defende que EUA retirem visto de Moraes; leia entrevista exclusiva
-
Nova projeção aponta possibilidade de cheia ainda maior do Guaíba em Porto Alegre
-
Após críticas por suposto confisco de produtos, prefeitura de Canoas decide alterar decreto
-
Apoiado por Lula, STF quer ampliar gratificações de assessores dos ministros
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto