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| Foto: Brendan McDermid/Reuters

US$ 38 bilhões

foi o faturamento do Google em 2011, quando foi ultrapassado pela Apple, que faturou US$ 43 bilhões, a maior parte com a venda de iPhones e iPads. A mudança para a fabricação de hardwares, portanto, faz todo o sentido para o Google, caso queira realmente se tornar um player importante entre os fabricantes de smartphones. O Google já aposta em outros projetos, como um óculos com realidade aumentada e um carro que dirige sem a necessidade de um motorista.

17 mil patentes

estão em posse da Motorola hoje, e outras 7,5 mil estão em processo de análise. A aquisição da empresa pelo Google vai ajudar a defender o Android, o sistema operacional gratuito para smartphones e tablets, de processos de propriedade intelectual instaurados por grandes empresas, como a Microsoft, Oracle, Apple e Samsung. A Motorola teve prejuízo de US$ 250 milhões no ano passado e o novo CEO da empresa, Dennis Woodside, diz que a prioridade é recolocar a companhia no azul.

O Google anunciou na semana passada, pela primeira vez, suas intenções com a compra da Motorola Mobility, uma operação que custou US$ 12,5 bilhões para os cofres do gigante das buscas.

Quando foi anunciada, no ano passado, muito se especulou que a aquisição visava apenas o acesso ao portfólio de 17 mil patentes pertencentes à Motorola. Com o Android sendo alvo de uma avalanche de processos de propriedade intelectual, especialmente da Apple e da Samsung, a compra se tornaria a principal defesa do Google para garantir o domínio de seu sistema operacional.

Mas a empresa agora deixou claro que está apostando muito mais alto com a Motorola: a ideia é que a divisão crie aparelhos capazes de desbancar a supremacia do iPhone e do iPad.

A primeira grande mudança anunciada pelo Google foi a troca da equipe que passa a comandar a Motorola: sai o CEO Sanjay Jha, e entra Dennis Woodside, até então o responsável pelo Google nas Américas. Um triatleta de 43 anos, Woodside foi sondado recentemente pela Apple para assumir a área comercial da empresa, mas decidiu ficar no Google após a promessa de que receberia um "papel maior" na companhia, de acordo com fontes ouvidas numa reportagem publicada pela revista Bloomberg BusinessWeek na semana passada.

A promessa finalmente virou realidade. De acordo com a publicação americana, Woodside diz ter três objetivos à frente da Motorola: quer recolocá-la no azul [o prejuízo foi de US$ 250 milhões no ano passado]; usar os recursos de engenharia do Google para conseguir avanços técnicos importantes, como o aumento da autonomia das baterias; e levar essas inovações para a Motorola o mais rápido possível.

O executivo também afirma que pretende cortar produtos – a empresa lançou vinte smartphones nos últimos anos. A ideia é se concentrar em poucos modelos e fortalecer o nome dos produtos, da mesma maneira que a Apple faz hoje – estratégia diferente da sul-coreana Samsung, por exemplo, que possui smartphones de todos os tamanhos e preços.

Hardware

Apesar de algumas incursões no mundo do hardware – ajudou a criar, com a Samsung, a linha de smartphones Nexus; possui os laptops Chromes; e lançou o set-top box Google TV –, o território no qual o Google se propõe explorar é novo e ninguém realmente sabe quão bem a empresa pode se sair. "O Google não tem nenhuma experiência em criação, marketing ou atendimento de produtos de hardware que serão usados por milhões de pessoas ao mesmo tempo. Isso significa que o Google pode se dar muito mal, ou pode se tornar realmente bom. Ajuda que a Motorola é uma empresa mais ou menos funcional, mas não boa o suficiente de maneira que nada na empresa é sagrado", disse Dan Frommer, jornalista de tecnologia do site ReadWriteWeb.

Android

Um óbvio problema que a empresa terá de enfrentar é a desconfiança das demais fabricantes de smartphones que utilizam o Android. Segundo Woodside, a divisão Android e a divisão Motorola serão completamente separadas, e não haverá favorecimento para a Motorola. Mas é natural que ao longo do tempo ambas as divisões acabem se aproximando. Só o tempo vai dizer se as outras operadoras vão continuar a ver vantagem na utilização do sistema Android, que é gratuito. "Se Woodside fizer bem seu trabalho e tornar os celulares da Motorola superiores, as demais fabricantes de celulares Android podem sair em busca de um outros sistemas operacionais", afirmam Brad Stone e Peter Burrows, autores da matéria da Businessweek.

Para Fromer, essa é a oportunidade do Google dividir o Android em três categorias: uma com o velho Android, aberto a quem quiser usar; uma segunda aos moldes do modelo Nexus, em que o Google tem certo controle sobre o sistema e ele está disponível apenas para alguns parceiros; e uma terceira via, possivelmente a topo de linha, exclusiva para a Motorola.

Tablets

A Motorola já possui um tablet hoje, o Xoom, mas as vendas, como para todos os outros fabricantes com exceção da Apple, foram modestas. Para Woodside, é difícil imaginar que esse mercado será dominado por um único player, e ele garantiu: "A Motorola estará lá".

Num post publicado na semana passada, o CEO e co-fundador do Google, Larry Page, disse que está confiante que o time da Motorola "vai criar a próxima geração de aparelhos móveis que vai melhorar a vida de muita gente em muitos anos por vir."

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