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Bruno e Fábio, do restaurante Agreste: comida nordestina | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Bruno e Fábio, do restaurante Agreste: comida nordestina| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Você não é mecânico, mas gosta de automóveis e deixa seu carro em uma oficina para uma revisão. Ela demora, o atendimento é ruim e o preço é alto demais para o serviço que está sendo executado. Você pode até não perceber, mas está diante de uma oportunidade. Especialistas dizem que uma opção de negócio é vista quando se tem um olhar crítico e empreendedor sobre um serviço e produto que está contratando.

Em alguns casos, a saudade de casa pode ser um pontapé inicial para empreender. O médico sergipano Fábio Fontes Farias mora em Curitiba desde 2006. Desde que chegou à capital paranaense, sentia vontade de comer a comida nordestina, mas não conhecia nenhum restaurante especializado ou não encontrava nenhum estabelecimento com esse perfil. "Foi então que uni a fome com a vontade de comer. Decidi montar um restaurante que oferecesse o melhor de Sergipe e da cultura nordestina, com charme", lembra.

Quando teve a ideia, resolveu pesquisar o mercado, e, de fato, não encontrou nada semelhante ao que pretendia oferecer. "Existem muitas pessoas de Curitiba que vão para o Nordeste e apreciam a culinária. Depois da pesquisa percebi que havia um filão de mercado", explica.

O Agreste Restaurante foi aberto em outubro do ano passado junto com o amigo e sócio de Farias, Bruno Gallo, com um investimento de R$ 350 mil. "O pessoal daqui está elogiando e voltando, enquanto os nordestinos da cidade estão podendo matar a saudade de casa", comemora.

João Luís de Moura, consultor do Sebrae-PR, avalia que o caso dos sócios sergipanos reflete uma mudança no perfil dos empreendedores brasileiros, que empreendem mais por oportunidade do que por necessidade. "A oportunidade está muito mais próxima do que se imagina, basta identificá-la", ressalta.

Para encontrá-la, segundo o consultor, o empreendedor precisa ter um olhar mais crítico como consumidor. Observar uma necessidade pessoal não atendida ou um hobby que abra horizontes empresariais pode ser um bom começo. "O empreendedor pode entrar em um mercado já existente com diferenciais competitivos em relação aos demais. Conciliar algo que dê satisfação pessoal ao empreendedor dá mais chances ao negócio dar certo", avalia.

Porém, para o negócio ter sucesso, é preciso ter alguns cuidados, explica Marco Cunha, professor da pós-graduação do ISAE-FGV. "É preciso ter cautela, principalmente se o negócio for muito diferente do que o empreendedor sempre atuou. Um bom plano de negócios, entretanto, dá embasamento para a abertura da empresa", pondera.

Entre os itens elencados pelo professor para começar a elaborar um plano de negócios está a observação de um nicho de mercado não atendido, a localização do estabelecimento e a propaganda, que deve salientar os diferenciais em relação à concorrência.

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