Treinamentos chegam à tela dos smartphones
O outro lado da moeda do e-learning é o treinamento nas empresas. Para esse mercado, é preciso bolar cursos rápidos e objetivos para que os funcionários atarefados tenham tempo de realmente assimilar os temas. A Ciatech, pensando nisso e juntando o conceito de ensino à convergência de tecnologias sem fio, aposta no m-learning, ou mobile learning. Oferece cursos via celular ou smartphone através de uma adaptação móvel de sua ferramenta de ensino à distância, a Atena. Mas não são cursos complexos. "Trabalhamos com HTML, para facilitar as coisas", conta o presidente da empresa, Alex Augusto. "E os cursos têm aproximadamente 15 minutos."
Com vários clientes na área de e-learning, Augusto conta que uma divisão da Claro Empresas já usa a ferramenta. A idéia surgiu quando a filial da Ciatech em Madri, na Espanha, solicitou à empresa um curso em celulares voltado para o treinamento de motoristas de táxi. Daí para a frente, Augusto e cia. mergulharam no m-learning. "Mesmo os treinamentos no desktop devem ser curtos e objetivos", diz. "Melhor ter três treinamentos de uma hora do que um treinamento de três horas."
Rio de Janeiro A educação mudou com a internet. E, muitas vezes, quem fica perdido é o professor. Como usar todos os recursos da rede a contento para satisfazer a sempre difícil platéia de estudantes? Isto é, platéia até a chegada do ciberespaço, porque agora se trata de uma comunidade muito mais participativa que nos anos pré-rede. O sociólogo Marco Silva, doutor em educação pela USP e autor do livro Sala de Aula Interativa, juntou-se ao físico e especialista em mídia digital Aroaldo Veneu para propor uma nova alternativa a esse dilema professoral: o curso "Como criar uma sala de aula interativa ou a pedagogia do parangolé", que está sendo montado na internet e vai estrear no começo do ano que vem.
Mas por que parangolé? Marco Silva explica a referência à arte participativa de Hélio Oiticica na proposta: "O professor, até agora, seguia um modelo televisão, em que os alunos assistiam e ele passava a informação. Mas tela de computador e tela de tevê são dois paradigmas totalmente diferentes de comunicação. Hoje, a garotada sai da lan house e vai para a sala de aula. Os professores estão despreparados para o grau de comunicabilidade que os alunos adquiriram."
Assim como Oiticica quis transformar a fruição da arte em integração e participação, Marco e Aroaldo querem mostrar aos professores que eles precisam entrar nessa nova forma de cognição. "A geração anterior cresceu vendo tevê, operando o controle remoto. A de hoje tem uma tela em que pode mexer, que pode personalizar. É uma geração que vem da cibercultura, do Orkut, do MSN, mais inquieta, que quer interferir mais e perdeu a timidez", explica Silva.
Para fazer o professor sair do esquema "televisão", o curso quer mostrar que, hoje, ele é como um webdesigner alguém que desenvolve um espaço onde outros vão navegar e interagir o tempo todo. O curso é totalmente on-line e usará a ferramenta pedagógica Moodle, que serve para criar ambientes virtuais de aula dentro da rede. E é de código aberto. "O Moodle é uma plataforma para cursos à distância", explica Veneu. "Mas ele também servirá, em nosso curso, para discutir a idéia da interatividade nas aulas presenciais. Ele permite ao professor criar um espaço com atividades, chats, fóruns, blogs, podcasts, vídeos, textos, enfim, tudo parar tornar seu ensino mais interativo."
Silva observa que interatividade é algo que vai muito além da esfera da TI. "Não é preciso um computador ou a internet para fazer interatividade na sala de aula: isso é uma postura de comunicação", frisa. "As ferramentas tecnológicas podem, sim, turbinar o conceito.
Onde e quanto
Como a plataforma é a internet, não é preciso nenhum grande requisito técnico para fazer o curso, que durará dez semanas e custará R$ 340 (divididos em duas vezes). Basta saber navegar na web e o básico, como editar textos no Word. O site do curso fica em www.saladeaulaonline.com e inclui uma promoção no Dia do Professor, com direito a um desconto de R$ 100 para quem se inscrever respondendo a uma pergunta sobre o tema da interatividade.
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