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Apesar da grande quantidade de inativas no estado, o número de em­­­presas abertas não para de crescer. No ano passado, 56 mil novas companhias abriram as portas no Paraná, 5,5% mais do que o volume detectado em 2008. O número foi recorde, mas o porcentual de cres­­­ci­­­­­mento ficou abaixo dos anos an­­­­teriores, que registraram aumentos de 9,1% em 2008 e 3,3% em 2007, segundo dados da Junta Co­­­­mercial. Além das novas empresas, a entidade contabiliza, nesse le­­­­­­­­­vantamento, também a abertura de filiais.

Uma outra pesquisa, do De­­par­­­tamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), ligado ao Mi­­­nistério do Desenvol­vimento, In­­dústria e Comércio (MDIC) – que não leva em conta as filiais – aponta uma queda de 0,9% – para 46,1 mil – no número de novas empresas no estado.

A previsão para este ano é que o número possa dobrar com o programa microempreendedor individual, que vai facilitar o ingresso de quase 200 categorias profissionais – como ambulantes, manicures, doceiros, engraxates e costureiras – na economia formal por meio de redução da burocracia e de estímulos fiscais.

Desde que o programa entrou em vigor no Paraná, em setembro do ano passado, 11 mil empresários aderiram ao programa.

Estima-se que existam no Pa­­raná cerca de 550 mil trabalhadores informais. A meta é trazer para formalidade 10% desse total no primeiro ano, segundo César Ris­­­­sete, coordenador de políticas pú­­­blicas do Sebrae-PR. O empreendedor informal com receita bruta anual de até R$ 36 mil – R$ 3 mil ao mês, em média – e no máximo um empregado poderá optar pelo registro no programa. "Esse modelo vai dobrar o número de empresas abertas no estado", diz.

Atualmente 90% das empresas que abrem as portas no Paraná são pequenas e microempresas. Das novas, 68% são estão nos setores de comércio e serviços e o restante di­­­­­vidido entre indústria e agronegócio, de acordo com a Junta Co­­mer­­­cial. O interior recebe 65% das no­­­vas companhias, contra 35% de Curi­­­tiba.

Mudança no perfil

Segundo José Gava Neto, gerente da unidade de programas estaduais do Sebrae PR, apesar do elevado nú­­mero de inativas, há uma mu­­­dança positiva no perfil de quem abre uma empresa no país. A última Pesquisa Global En­­tre­­pre­­­neurship Monitor (GEM), que me­­­de as taxas de empreendedorismo em 43 países do mundo, apontou que para cada brasileiro que abre um negócio por necessidade, há dois que abrem por oportunidade, taxa inédita no país.

Pelos critérios da pesquisa, oportunidade é quando o profissional empreende para melhorar sua condição de vida, quando encontra um nicho de mercado em que pode fazer a diferença. Já no empreendedorismo por necessidade, o futuro empresário precisa do negócio para sobreviver. Nesses casos o índice de inovação costuma ser baixo e as chances de dar certo são menores. Essa mu­­dança já se reflete um pouco no índice de mortalidade das pequenas e micros, que vem caindo nos últimos anos. A última pesquisa do Sebrae foi divulgada em 2007 – referente ao período de 2005 a 2007 – e revela que a cada 100 pe­­quenos negócios, 75 em média dão certo. A taxa de sucesso na pesquisa anterior – 2000 e 2002 –, era de 50,6%

O sócios Umberto Pacheco Pa­­ga­­­­nella e Paulo Roberto Luz pretendem engrossar a estatística de su­­­­cesso. Depois de cinco anos de economias, abriram o Centro Au­­tomotivo Quatro Rodas, em Cam­­pina Grande do Sul, a 30 quilômetros de Curitiba. Ambos já trabalhavam na área, mas sempre como empregados.

"No primeiro mês, 80% dos pa­­­­gamentos foram à vista", diz Pa­­ganella. Cada um entrou com R$ 25 mil na empresa, que emprega três funcionários. A meta é conseguir re­­cu­­perar dentro de dois anos o capital investido e alcançar um faturamento de R$ 60 mil.

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