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Especulações sobre como ficará a corrida eleitoral após a morte do candidato Eduardo Campos (PSB) impulsionaram as ações da Petrobras nesta sexta-feira (15), que registraram seu melhor desempenho diário em dez semanas, sustentando o principal índice da Bolsa brasileira no azul. Os papéis preferenciais - mais negociados e sem direito a voto - da gigante estatal terminaram o pregão com valorização de 8,06%, valendo R$ 20,10 cada um. Foi o maior avanço desde 6 de junho, quando ganhou 8,33%. Já as ações ordinárias da petroleira, com direito a voto, subiram 7,89%, a R$ 18,86.

Com isso, o Ibovespa encerrou a sexta-feira em alta de 2,12%, aos 56.963 pontos. Foi o segundo avanço seguido do índice, que contribuiu para que ele fechasse a semana com valorização de 2,50%. Assim, interrompeu uma sequência de duas perdas semanais. O volume financeiro movimentado no dia ficou em R$ 6,957 bilhões -acima da média diária no mês de agosto, de R$ 5,995 bilhões.

Segundo analistas ouvidos pela reportagem, a avaliação do mercado é que aumentaria muito a probabilidade de haver segundo turno na eleição presidencial de outubro se Marina Silva assumisse a liderança da chapa que era de Campos pelo PSB. "Ela tem uma força política muito maior que a de Campos. Um segundo turno reduz a chance de vitória da presidente Dilma Rousseff [PT], o que agrada os investidores", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

O mercado constantemente tem demonstrado insatisfação com a forma em que o atual governo tem gerido as estatais, especialmente em relação à demora para reajustar os preços dos combustíveis, no caso da Petrobras. "Por isso, uma possível troca de governo dá ânimo à Bolsa. A alta das ações da Petrobras também foi estimulada pela proximidade do vencimento de opções, na segunda-feira", completa Machado.

Em relatório, o analista Roberto Altenhofen, da consultoria Empiricus Research, citou um resumo do que tem sido ouvido de investidores, representantes de empresas listadas e gestores de recursos em geral.

De acordo com a análise, "Marina é uma incógnita em alguns pontos, mas a percepção inicial do mercado é de que traz uma equipe econômica gabaritada e seus conselheiros estão mais à direita do que a situação. Além disso, teria de aceitar alguns termos do PSB para a efetivação de sua campanha (e vice-versa), o que amenizaria as suas posições mais radicais."

Outro ponto mencionado é que agrada o fato de Marina ter defendido o "tripé econômico" em evento junto a representantes do mercado de capitais. "Falamos isso ainda com o devido respeito que a situação exige e alertamos para a persistência de um elevado nível de incerteza", completa o analista.

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