Ação do G-20 pode ajudar PIB brasileiro a subir até 1%

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São Paulo - O pacote de US$ 1,1 trilhão anunciado pelo G-20 para amenizar os impactos globais da crise mundial deve tirar o comércio mundial da depressão, acelerar a recuperação dos canais de crédito globais e beneficiar o Brasil. A avaliação é do ex-presidente do Banco Central (BC) Carlos Langoni. "Antes das medidas, eu esperava que o país registrasse um crescimento nulo neste ano. Agora acredito que o resultado do PIB vai melhorar e exibir uma expansão entre 0,5% e 1%." Para ele, o "G-20 estabeleceu uma agenda bem objetiva, antirrecessão, não ideológica, que visa gerenciar expectativas em todo o planeta".

As propostas do G-20 devem também evitar uma nova fase da crise, que seria a "moratória em cascata" de países que tiveram grandes reduções das receitas de exportação, de acordo com o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. "Seria a terceira fase da crise, que teoricamente, foi evitada", disse Castro. Para o chefe da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, as medidas não têm a pretensão de resolver a crise, e o mais positivo na reunião de quinta-feira foi mostrar o espírito colaborativo entre os países. "Um dos grandes problemas da crise é o comércio mundial, que ficou sem crédito, e o pacote visa a normalizar isso", disse.

Muitos especialistas acreditam que tão importante quanto os fatos são as expectativas dos agentes econômicos sobre a ocorrência de tais eventos, pois isso o G-20 pode influenciar as decisões de empresas e famílias sobre investimentos e compra de produtos duráveis e não duráveis. Como os mercados financeiros e a economia real do planeta aguardam com ansiedade medidas dos principais países para que a crise mundial acabe logo, as ações anunciadas pelo G-20 podem estimular com mais rapidez a demanda agregada, o que retomaria os investimentos e reduziria o desemprego.