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Os acionistas da Portugal Telecom aprovaram nesta segunda-feira o novo acordo de fusão com a Oi que contempla termos menos favoráveis para a companhia portuguesa do que estavam previstos inicialmente.

A maior parte dos acionistas representados na assembleia geral (98,25%) aprovou o novo modelo de fusão que reduz a participação da Portugal Telecom na empresa final resultante.

O restante, 1,75%, votou contra em uma reunião que durou cerca de cinco horas e na qual 46% do total de acionistas estiveram representados.

A Portugal Telecom perdeu importância na entidade final devido à dívida irrecuperável de 900 milhões de euros contraída com uma empresa do Grupo Espírito Santo e que só foi revelada em julho por causa da crise do conglomerado.

Com isso, a companhia portuguesa passará a controlar 25,6% do capital da nova entidade e terá a opção de aumentar sua participação nos próximos seis anos para até 37,4%, o percentual aceito no primeiro acordo.

Além disso, a Portugal Telecom terá que assumir todo prejuízo da dívida e não haverá uma fusão de tipo jurídico como estava previsto no primeiro acordo.

A revelação da dívida da companhia portuguesa em julho pôs em risco o processo de fusão anunciado no final de 2013 e acabou por forçar, no dia 7 de agosto, a renúncia do então presidente-executivo do grupo Portugal Telecom, Henrique Granadeiro.

A empresa portuguesa assumiu que a dívida era irrecuperável diante das irregularidades contábeis da holding com a qual o débito foi contraído, Rioforte, um dos primeiros ramos não financeiros do grupo Espírito Santo a fazer uma reunião de credores.

A direção da Oi argumentou que não foi informada em nenhum momento sobre esse empréstimo e dois representantes da companhia brasileira renunciaram a seus cargos no Conselho de Administração da Portugal Telecom em sinal de protesto.

Granadeiro, que esteve presente na reunião, respondeu às insistentes e duras perguntas dos acionistas, segundo a imprensa portuguesa, razão pela qual a assembleia acabou mais tarde do que o previsto.

Na saída do encontro, o presidente demissionário disse aos jornalistas que justificou na assembleia "tudo o que tinha que justificar".

"Defendi minha empresa e promovi o bem de meus acionistas", afirmou o executivo, que se manterá no cargo como interino até 30 de setembro.

Apesar dos atritos entre a Portugal Telecom e a Oi, o nova gigante das telecomunicações manterá o restante das condições acordadas antes da crise.

A nova companhia manterá o nome Oi, terá sede no Brasil e será dirigida pelo engenheiro português de origem moçambicana Zeinal Bava, ex-presidente da companhia portuguesa.

A Portugal Telecom tinha participações cruzadas com o Banco Espírito Santo (BES), que sofreu intervenção do banco central de Portugal no último dia 3 pelas enormes perdas registradas durante o primeiro semestre.

O supervisor português determinou a divisão do BES em uma parte "ruim", com os ativos tóxicos e sem licença bancária, e em uma nova entidade denominada Novo Banco, que administrará os ativos saudáveis, entre eles 10,04% do capital da Portugal Telecom.

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