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Taxista depilou o corpo inteiro e fez uma tatuagem para ganhar o fusca | Gazeta do Povo
Taxista depilou o corpo inteiro e fez uma tatuagem para ganhar o fusca| Foto: Gazeta do Povo

Depois de cinco anos consecutivos de ganhos, marca inédita na história da Bovespa, poucas vezes o ditado popular foi tão oportuno: é caindo que se aprende. A seqüência de valorizações, que culminou na quebra de vários recordes neste ano, atraiu uma porção de investidores de primeira viagem, que acabaram surpreendidos pelo recente colapso. "O momento é otimo para o aprendizado. A pessoa que aplicou 15% de seus recursos em ações e agora está desesperada precisa reavaliar seu perfil. Talvez o ideal para ela seja aplicar apenas 5% em Bolsa", recomenda o consultor de finanças pessoais Raphael Cordeiro.

Para ele, quem conhece os riscos do mercado acionário e tem horizonte de longo prazo não precisa fazer grandes mudanças em sua carteira de investimento. "O que mudou com a queda das ações é que, se a pessoa quiser comprar mais, poderá fazer isso pagando menos", explica.

O consultor lembra que quem entrou no mercado no início do ano ainda está no positivo: na média, as principais ações da Bovespa acumulam, no ano, ganhos de quase 10%. Como a situação das grandes empresas e da economia brasileira é satisfatória, a tendência é que, passado o mau momento, as cotações voltem a subir.

Apesar da cautela recomendada pelos analistas, quem tem disposição em se arriscar um pouco tem agora uma boa chance para quebrar o cofrinho. "Quem está de fora da bolsa e pensa em aplicar nela 15% de suas economias, pode aplicar a metade agora e depois, se a situação melhorar, aplicar o restante."

A opinião é compartilhada pelo especialista em finanças José Guilherme Vieira, professor de Economia do Unicenp. "Comprar ações de primeira linha agora é aconselhado para quem quer ficar mais tempo no mercado. Mas se a intenção é retirar o dinheiro em até um ano, o mais adequado é a renda fixa", sugere.

Como os investimentos em renda fixa são atrelados à taxa básica de juros (Selic), o retorno é mais garantido – e com riscos muito menores. Em média, os analistas dos grandes bancos apostam que ela terá ganhos de aproximadamente 11% nos próximos 12 meses, já descontada a taxa de administração dos bancos. Como esse tipo de aplicação paga 15% de Imposto de Renda (IR), o ganho líquido deve ficar pouco acima de 9% – acima da inflação esperada no período, de aproximadamente 4%.

Com a queda da Selic desde setembro de 2005, o rendimento da renda fixa se aproximou do ganho da poupança, que nos últimos 12 meses foi de 8,2% – sobre o qual não incide IR. "A poupança é um investimento extremamente seguro para quem quer se resguardar frente à inflação. Mas é só", diz Vieira. "Neste momento de insegurança, a renda fixa pode ser uma opção melhor, porque existe a possibilidade de manutenção ou mesmo aumento da taxa de juros." O dólar, investimento bastante popular até o início da década, não encontra defensores. É quase consenso que, apesar de ter ultrapassado R$ 2 na recente escalada, a moeda tende a cair abaixo de R$ 1,90 assim que a tempestade passar.

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