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As ações da General Motors continuam em forte queda nesta terça-feira (11). No início da tarde (horário de Brasília), os papéis da montadora americana negociados em Nova York chegaram a cair 17%, cotadas a US$ 2,79, e às 16h50 desvalorizavam 12,80%, a US$ 2,94. Na segunda-feira (10), as ações da empresa perderam até 30% de seu valor depois de a montadora americana ter reconhecido que poderia ficar sem liquidez para dar continuidade a suas operações.

As ações do grupo chegaram a ser negociadas a US$ 3,02 na segunda-feira, um preço que não se via desde 1946, e fecharam o pregão valendo US$ 3,36, queda de 22,94%. A desvalorização é consequência de temores de quebra da empresa. Até segunda-feira, a perda acumulada no ano já chegava a 89,37%. Os papéis da Ford também estão em queda e são negociados a US$ 1,76, recuando 8,8%.

GM Daewoo, a terceira maior montadora da Coréia do Sul, disse nesta terça-feira que cogita suspender temporariamente a produção de automóveis durante o mês de dezembro, devido à queda de vendas internacionais. A GM Daewoo é uma divisão da General Motors que não está cotada na bolsa. A decisão definitiva sobre a paralisação vai ser tomada até o final de novembro, disse um porta-voz da empresa. A empresa possui três fábricas de automóveis e de motores na Coréia do Sul. É mais uma medida para cortar gastos. Na sexta-feira, ao anunciar prejuízos no terceiro trimestre, a GM já tinha informado que vai cortar empregos administrativos e reduzir investimentos em 2,5 bilhões de dólares no próximo ano.

A indústria automobilística mundial está enfrentando uma depressão das vendas na medida em que uma crise financeira se expande em todo o mundo. Na segunda-feira, Obama pediu que Bush atue com rapidez para salvar indústria automobilística no país. Em sua primeira coletiva de imprensa, na sexta-feira, o presidente eleito dos EUA já tinha dito que ajudar o setor seria umas de suas prioridades.

As três maiores montadoras americanas - GM, Ford e Chrysler - pediram na semana passada ajuda ao Congresso dos EUA para sobreviver à crise. Elas buscam acelerar o acesso a empréstimos de baixo custo de US$ 25 bilhões aprovado no ano passado, bem como fundos adicionais para outros US$ 25 bilhões.

De acordo com a agência americana Bloomberg, o secretário de Tesouro dos EUA, Henry Paulson, resiste a ajudar as montadoras, apesar da pressão dos democratas no Congresso para que o governo americano use parte do pacote anticrise de US$ 700 bilhões aprovado em outubro para socorrer as empresas. O objetivo inicial do pacote era ajudar apenas empresas financeiras, para normalizar a circulação de crédito no país. A paralisação da produção da GM, caso ela quebre, eliminaria 2,5 milhões de postos de trabalho nos EUA, acrescenta a Bloomberg.

GM precisa de US$ 11 bi para pagar as suas faturas mensais

Afetadas pela crise de crédito que se espalhou dos Estados Unidos para outras regiões do mundo, as montadoras americanas Ford Motor e General Motors anunciaram, na sexta-feira, que amargaram prejuízos no terceiro trimestre e que vão cortar gastos com salários e pessoal. No mesmo dia, a GM revelou que sua situação financeira era crítica e que sua liquidez se reduz drasticamente, de modo que, na primeira metade de 2009, poderia não alcançar o mínimo necessário para continuar com suas operações. Segundo a Bloomberg, a GM tinha US$ 21 bilhões em caixa no final de junho, valor que caiu para US$ 16,2 bilhões em 30 de setembro. A empresa precisa de US$ 11 bilhões para pagar as suas faturas mensais.

A General Motors pede que as autoridades americanas venham a seu socorro através de uma potente injeção de capital que permita sua sobrevivência, tal como fizeram, nos últimos meses, em relação a grandes empresas do setor financeiro. No entanto, o motivo de seu pedido não está relacionado com a desvalorização de seus investimentos por causa da crise de crédito, mas sim com a desaceleração de sua atividade e os problemas causados pelo modelo de negócio em que está baseada a indústria automobilística.

Analistas do Barclays Capital e Deutsche Bank reduziram seus cálculos sobre o preço dos papéis da GM a US$ 1 e zero dólares em um ano, respectivamente, e advertiram que, nos próximos meses, a empresa não poderá continuar com suas operações e deverá declarar sua falência, a não ser que receba uma injeção de dinheiro público.

Só a ajuda federal pode evitar um colapso das maiores montadoras americanas, dizem analistas ouvidos pela Bloomberg, como Joseph Amaturo, do Grupo de Pesquisa de Buckingham.

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