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Lula, durante ato na Bovespa: ações da Petrobras fecharam sexta-feira em baixa | Nacho Doce/Reuters
Lula, durante ato na Bovespa: ações da Petrobras fecharam sexta-feira em baixa| Foto: Nacho Doce/Reuters

Rentabilidade

Estatal deve puxar alta da bolsa no ano

Com o início das negociações das novas ações da Petrobras nesta semana, a Bovespa tende a entrar em trajetória de alta e deve fechar o ano com rentabilidade melhor que a esperada, segundo especialistas no mercado acionário. O motivo para a afirmação é simples: o Ibovespa, principal índice da bolsa formado a partir da cotação de 68 papéis de diversas empresas, é influenciado pelos movimentos da Petrobras.

De acordo com a carteira teórica do indicador, disponível no site da bolsa, a Vale PNA tem 10,66% de participação real no Ibovespa, seguida por Petrobras PN, com 9,45%. Isso quer dizer que, se a partir da capitalização a Petrobras reagir como projetado pelos especialistas, o Ibovespa vai embalar na mesma reação positiva.

As novas ações da Petrobras, emitidas na maior capitalização já feita, estreiam hoje na BM&FBo­vespa com desafio ao "sangue frio’’ e à paciência do pequeno investidor de varejo. Temido nas ofertas públicas por sua visão de curto prazo, o investidor pessoa física que obteve as novas ações poderá ficar tentado a vendê-las para embolsar o eventual ganho já obtido.

O problema é que os papéis podem não ter força para subir logo nos primeiros dias, especialmente se a demanda dos fundos de pensão e de investimento tiver sido totalmente esgotada na oferta de ações da Petrobras.

Se tiver dificuldades para vender, o pequeno investidor pode derrubar hoje o valor das novas ações da Petrobras na BM&FBoves­pa. "Pode ter só gente querendo vender esse papel’’, disse Ricardo Almeida, professor de finanças do Insper.

Com forte apelo popular por conta da experiência do FGTS, que rendeu mais de 800% desde 2000, os investidores de varejo aderiram em peso à oferta da estatal. A ex­­pec­­tativa dos bancos coordenadores era que até 400 mil pessoas ti­­vessem participado da operação.

Novos papéis

Gigante, a capitalização despejou um lote imenso de novos papéis no mercado, que pode demorar para absorvê-los completamente. Os maiores compradores de ações da Petrobras foram fundos de pensão e de investimento de longo prazo, que não costumam negociar ações diariamente na bolsa.

Em meio a dúvidas, as ações podem repetir hoje a trajetória errática e instável da sexta-feira, quando chegaram à Bolsa de Nova York. No encerramento dos negócios, os papéis ON (com voto) recuaram 2,19% e os PN (sem voto) caíram 1,88% na bolsa americana. No Brasil, o desempenho não foi diferente: quedas de 1,98% para os ON e de 1,87% para os PN, que têm mais liquidez.

Panes

Além da preocupação com a demanda, há ainda o temor de que os sistemas eletrônicos das corretoras fiquem sobrecarregados com o eventual excesso de or­­dens do varejo, como ocorreu em 2007, na estreia da antiga BM&F.

À época, a grande procura fez com que cada pequeno investidor levasse menos de cem papeis, no valor de R$ 1,8 mil. O excesso de pequenas ordens levou ao congestionamento nas redes. A BM&FBo­ves­­pa descarta qualquer limitação técnica e afirma que está totalmente preparada para suportar excesso de ordens resultantes da oferta da Petrobras.

Em 2007, a bolsa tinha em mé­­dia 390 mil negócios por dia, en­­quan­­to hoje já processa mais de 1,5 milhão.Na avaliação da CMA, em­­­presa cujas redes processam transações eletrônicas, o volume de ne­­­gócios deve aumentar mais de 100% hoje com a chegada das no­­vas ações. Para contornar eventuais problemas, a CMA decidiu du­­plicar as velocidades de links de co­­municação dos clientes com a bolsa.

"Se os sistemas ficarem lentos ou travarem por alguns segundos, podemos ter problemas com milhares de investidores. Esse é o tamanho da responsabilidade’’, afirma Ricardo Juan, gerente de redes digitais da CMA.

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