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As ações da Petrobras fecharam em alta nesta quarta-feira (2), um dia após o anúncio do governo que determinou em US$ 8,51 o valor médio para o barril estipulado como preço-base da capitalização da estatal.

As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras tiveram valorização de 1,96%, a R$ 27,56. No início dos negócios, os papéis chegaram a subir mais de 4%.

Já os papéis ordinários da estatal (com direito a voto nas assembleias da empresa) fecharam em leve queda de 0,03%, cotados a R$ 31,23.

Os papéis preferenciais da estatal movimentaram cerca de R$ 741,1 milhões, volume que representa 15,63% do montante negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quinta-feira.

Analistas consultados pelo G1 nesta quarta-feira, no entanto, acreditam que o preço a ser pago pela estatal - que é mais caro do que defendia a Petrobras e mais barato do que queria o governo - ainda pode desagradar os acionistas minoritários.

"Do ponto de vista do acionista minoritário, quanto mais barato for o preço pago pela Petrobras, melhor", diz o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luiz Otávio Leal.

O governo federal, dono dos cinco bilhões de barris que serão cedidos à Petrobras, chegou a defender um preço de US$ 10 por barril. Já a Petrobras e os acionistas majoritários pressionaram por um valor menor, em torno de US$ 5 ou US$ 6.

O valor correspondente ao preço médio de cada um dos 5 bilhões de barris que serão explorados pela Petrobras na área do pré-sal é US$ 8,51, o que totalizaria um montante máximo de US$ 42,533 bilhões.

Está sendo considerada a produção de seis áreas de exploração - Franco, Iara, Florim, Tupi Nordeste, Guará Leste e Tupi Sul. O preço do barril vai variar de um poço para outro, oscilando de US$ 5,82 (Iara) a US$ 9,04 (Franco) por barril de óleo equivalente.

A Petrobras publicará na sexta-feira (3) o Aviso ao Mercado com os detalhes de sua oferta global de ações.

A cessão onerosa dos barris foi autorizada por meio de uma lei sancionada em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela legislação, a União, que é dona do petróleo e acionista controladora da Petrobras, irá ceder os barris em áreas ainda não concedidas do pré-sal.

Dúvidas

Para o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal, a queda nas ações ordinárias ainda reflete a incerteza do ponto de vista dos acionistas minoritários da Petrobras.

"Eu acho que essa reação dúbia do mercado está mostrando que ainda há dúvidas por parte dos minoritários. Acho que esse jogo da capitalização só termina quando acaba, ainda há espaço para contestação tanto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quanto na Justiça comum por parte dos acionistas minoritários", disse o economista.

Na opinião de Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros, o anúncio serviu ao menos para acalmar os investidores que sofriam com a incerteza sobre o valor da injeção de dinheiro que o governo fará na estatal.

"Do ponto de vista do acionista minoritário, o preço poderia ser menor. Mas pelo menos não foi US$ 12, como chegou a se cogitar. Pelo menos acaba a indecisão em torno do preço, o que era o mais importante", afirmou o economista.

De acordo com o Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, falta a Petrobras divulgar os detalhes da operação para saber o impacto total do valor definido. "Eu acho que os acionistas minoritário terão a participação diluída com esse preço. É um valor que há dois meses o mercado não admitia, acabou aceitando de tanto o governo falar", disse

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