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As ações preferenciais da Vivo dispararam 6,8% logo após a abertura da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda-feira, primeiro pregão após o anúncio de que a Telefónica (que divide o controle da Vivo com a Portugal Telecom) adquiriu o controle da Telecom Italia (que controla a TIM). A aquisição redistribuiu o mercado de telefonia celular brasileiro e reduziu as possibilidades de expansão de sua maior rival, a América Móvil/Telmex (dona da Claro). Além disso, pode ter complicado os planos de fusão entre a Brasil Telecom (BrT) e a Oi (antiga Telemar).

A Telefónica detém 50% da controladora da Vivo, em parceria com a Portugal Telecom. A Telecom Italia, por sua vez, é dona da TIM Participações. Às 10h18, os papéis da Vivo subiam 4,17% e eram cotados a R$ 9,75. No mesmo horário, as ações da TIM subiam 5,26%, para R$ 8,00.

O anúncio da venda da Telecom Italia à espanhola Telefónica trouxe preocupação ao governo brasileiro sobre possíveis prejuízos ao consumidor. As operadoras de celular dos dois grupos concentrarão 54,1% do mercado de telefonia móvel no Brasil. Por isso, o assunto ainda terá de ser avaliado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) , que poderá levar de seis meses a um ano para dar a palavra final.

Para o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a expectativa é que a nova empresa favoreça, sempre, aos usuários do serviço.

— Espero que a decisão seja boa para o consumidor, de forma a se transformar em melhores condições e preços. Mas a concentração sempre preocupa, por isso espero a decisão do Cade — disse Costa, que, no sábado, recebeu um telefonema do presidente da Telefônica no Brasil, Antonio Carlos Valente.Cade poderá determinar alguma restrição ao negócio

O Cade poderá determinar alguma restrição para evitar que o negócio gere danos irreversíveis ao consumidor durante a análise do negócio. Apesar da ameaça de concentração, a Telefónica afirmou que a empresa e a Telecom Italia "serão geridas autônoma e independentemente" em países onde ambas tenham presença, como o Brasil — o que dá margem à interpretação de que as marcas Vivo e TIM serão mantidas.

A aquisição não mudou os planos da Telfónica de adquirir o controle total da Vivo, segundo algumas fontes ligadas ao negócio.

- No caso da Vivo, o que a Telefónica pleiteia é ter o controle e isso não tem nada a ver com o acordo na Telecom Italia. São coisas que andam em separado - afirmou um interlocutor a par das conversas.

A Pirelli anunciou no sábado a venda de sua participação na Telecom Italia à Telefónica associada a um grupo de bancos italianos, que serão os acionistas majoritários da empresa, assegurando desse modo que o controle fique em mãos italianas, como desejava o governo da Itália. O acordo encerra meses de tensões entre o Executivo italiano e a Pirelli, que deixa a empresa de telecomunicações após perder mais de 3 bilhões de euros em investimentos feitos há seis anos.

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