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Brasília (AE) – O governo fechou ontem um acordo com os usineiros para fixar o preço do litro do álcool na usina em R$ 1,05 durante o período de entressafra, que vai até abril. Há duas semanas, com o último reajuste, o litro do álcool chegou a R$ 1,09.

O entendimento com os usineiros deverá provocar, na expectativa do governo, uma redução no preço do combustível na bomba, beneficiando o consumidor que, desde o fim do ano passado enfrenta aumentos no preço do álcool. Os produtores de cana-de-açúcar garantiram o abastecimento do produto e firmaram o compromisso de que, se necessário, anteciparão para março o início da próxima safra.

O custo do álcool hidratado deve, desta forma, cair para cerca de R$ 0,95 no atacado, uma vez que a flutuação entre os dois tipos do produto é de cerca de R$ 0,10. Em troca, os produtores e o governo vão formatar um programa de estocagem permanente do produto, para o qual o governo poderá dar financiamento.

O acordo deverá resultar numa redução de R$ 0,04 no litro do produto nos postos, segundo José Alberto Paiva Gouveia, presidente do sindicato dos comerciantes do setor no Estado de São Paulo, o Sincopetro. Ele diz que, no caso do álcool, a redução para o consumidor final deverá ser de R$ 0,04, e no caso da gasolina, de R$ 0,01. A redução na bomba dependerá, contudo, do distribuidor. "Se o distribuidor repassar os postos também repassarão."

A negociação foi comemorada pelo governo e foi especialmente significativo para o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Não podendo renunciar à condição de plantador de cana, Rodrigues intercedeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sustentou que seria possível firmar um acordo. Caso contrário, ele próprio se sentiria extremamente constrangido.

A proposta inicial do governo era de manter o acordo fechado na entressafra de 2003, em que o litro do álcool na usina foi fixado em R$ 1. Rodrigues disse que, de lá para cá, houve inflação de 20%, o que poderia resultar em valor mais alto que R$ 1,05. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, o impacto do acordo na inflação será pequeno, já que o peso do álcool no IPCA é de 1%.

O resultado mais importante das negociações, na avaliação de Hubner, é a garantia de que não haverá novos aumentos. Ele previu ainda uma queda nos preços do álcool nas bombas, mas não quis fazer uma projeção dessa redução porque o preço varia de estado para estado, já que o ICMS sobre o combustível não é uniforme.

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