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A Associação Comercial do Paraná (ACP) estuda a possibilidade de alterar seu estatuto interno para permitir que o candidato à presidência da entidade, o secretário estadual de Indústria, Comércio e Mercosul, Virgílio Moreira Filho, assuma o posto. O atual estatuto da ACP impede que o presidente exerça cargo público.

O atual presidente da ACP, Cláudio Slaviero, admite que a mudança foi discutida internamente por conselheiros da associação, mas afirma que a idéia não prosperou. "Não creio em mudança. A tendência é de que o Virgílio se licencie da secretaria", disse o empresário, que apóia a chapa encabeçada pelo atual secretário de estado.

Apesar da negativa de Slaviero, fontes ligadas à ACP afirmam que a mudança do estatuto não é dada como assunto encerrado por vários conselheiros, já que Virgílio pretenderia exercer os cargos paralelamente.

A Gazeta do Povo buscou contato com Virgílio Moreira Filho, mas, segundo a assessoria de imprensa da secretaria, ele estaria em reunião e não poderia atender. A eleição de Virgílio representaria mais uma vitória no cenário da representação empresarial para o governador Roberto Requião. Atualmente ele já conta com o alinhamento do presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o empresário Rodrigo Rocha Loures, eleito logo após a posse do atual governador.

As relações políticas do presidente da Fiep e de Requião incluem a passagem de Rodrigo Santos da Rocha Loures, filho do empresário, pela chefia de gabinete do governador. Rodrigo Loures é, agora, pré–candidato a deputado estadual pelo PMDB, partido de Requião.

O governador, que conta com a simpatia de outras entidades de classe e de movimentos sociais, como a CUT e o MST, passaria a ter trânsito livre com as duas principais instituições patronais do estado. A exceção ficaria por conta da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

O apoio do governador ao MST colocou Requião e a Faep em lados opostos. A situação piorou com a suspeita de febre aftosa no Paraná. Enquanto a Secretaria Estadual de Agricultura e o Ministério da Agricultura divergiam sobre os focos de aftosa, a Faep defendeu, desde o início do aparecimento das suspeitas – divulgadas pelo próprio governo estadual –, o sacrifício dos animais potencialmente contaminados.

Mudança

A adesão de Slaviero à chapa governista para a ACP representa uma guinada na posição assumida até então pelo empresário. A ACP também vinha defendendo posições que desagradaram o governo estadual. O empresário chegou a criticar publicamente o governador por ter "manobrado" deputados estaduais para enterrarem a emenda anti-nepotismo na Assembléia Legislativa.

Assim como a Faep, desde o começo da discussão a ACP também foi contrária à implementação do salário mínimo regional no Paraná. No entendimento das entidades, o executivo estadual utilizou-se de um discurso populista, que sacrificaria o setor produtivo paranaense. A Fiep só se manifestou contra o mínimo regional nas vésperas de sua aprovação pelos deputados.

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