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Mexendo no bolso

US$ 1,2 mil

É o preço de um pacote de 12 dias para Bariloche (Argentina) vendido pela agência curitibana Divisão Jovem. Pela cotação de sexta-feira, cerca de R$ 2,23 mil.

US$ 2,5 mil

Custa o pacote para a Disney (Estados Unidos) vendido pela BRT Turismo. O preço, cerca de R$ 4,65 mil, inclui transporte aéreo e hospedagem na Flórida por uma semana.

Bariloche ganha espaço por causa da "balada"

Bem mais perto – e mais barato – para os brasileiros, a argentina Bariloche disputa de perto a preferência dos jovens turistas nesta época do ano. "Para nós, o fluxo maior é para lá. Muitas pessoas cansaram da Disney, que também é uma viagem mais cara", diz o gerente de produtos internacionais da operadora BRT, Émerson Pippi. Neste ano, a empresa vai levar 400 turistas para Bariloche e 200 para a Flórida.

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Daqui a pouco mais de uma semana, a estudante Marian Mecias, 13 anos, e o irmão Alex, 15, retornam ao Brasil, depois de passarem quinze dias na Flórida (Estados Unidos), onde está, entre outras atrações, o complexo de parques da Disney. Se tudo correr como eles planejaram antes do embarque, o tempo será suficiente não só pra muita diversão, mas também para um bom volume de compras.

Os US$ 2 mil (cerca de R$ 4 mil) que levaram devem encher as malas de ursos de pelúcia, tênis, moletons, brinquedos e aparelhos eletrônicos. "Mas temos que nos controlar e economizar para toda a viagem. A gente sabe que não pode gastar tudo no primeiro dia", conta Marian, enquanto espera para embarcar pela primeira vez para os EUA.

Não há uma estimativa exata de quantos adolescentes brasileiros, assim como Marian e Alex, vão passar estas férias de julho na Disney. Mas os parques do Mickey ainda são o principal destino dos jovens desacompanhados nesta época do ano, diz o diretor da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav PR), Geraldo Zaidan Rocha.

Movimento que leva também milhões de dólares dos brasileiros para a região. Segundo estimativa da Travel Industry Association (TIA), departamento americano de promoção do turismo no Brasil, cada turista brasileiro gasta, em média, US$ 2 mil nos Estados Unidos – cerca de 40% a mais que a média geral, US$ 1,4 mil.

De acordo com a Embratur, pouco mais de 799 mil brasileiros visitaram a terra do Tio Sam no ano passado. A entidade não tem dados específicos por região, mas espera um número total bem maior para 2007 – e nesta época do ano, tendo como porta principal de entrada justamente a Flórida.

Um dos fatores que contribuem para que mais jovens carimbem seus passaportes na imigração americana este ano é a queda na cotação do dólar. "Embora não seja motivo para fechar negócio, o câmbio serve de chamariz para as pessoas procurarem pacotes de viagens para fora", diz Rocha, diretor da Abav PR e proprietário da GR Turismo, especializada em viagens para a Disney.

"Ainda não atingimos o fluxo da época em que a cotação era de um pra um, mas o número de embarques para a Flórida é crescente", confirma o representante da CVC no Paraná, Ricardo Luz.

A maior operadora de turismo do país vai levar, sozinha, 10 mil brasileiros para a Disney apenas nestas férias de julho. O número é quase o dobro do mesmo período do ano passado. A explicação está no fretamento de aeronaves – até então a empresa vendia apenas assentos em vôos regulares. A justificativa para a mudança está no câmbio e também na facilidade de pagamento. Para este ano, a CVC estendeu aos destinos internacionais a opção de parcelamento das viagens em 10 vezes, antes disponível apenas para os pacotes nacionais.

A analista de sistemas Wilséia Mecias, mãe dos adolescentes Marian e Alex, confirma que a queda na cotação do dólar contribuiu para os embarque dos filhos. "A baixa do dólar ajudou para que os dois pudessem viajar juntos e agora." Para cada um, a viagem custou cerca de R$ 5 mil.

Segundo a diretora da agência Divisão Jovem, Adriana Alves, a procura pelos parques da Disney foi tão grande neste ano que faltaram lugares nos vôos internacionais. "Teve gente que tentou comprar, mas não conseguiu lugar."

Especializada em viagens para jovens desacompanhados, a Divisão Jovem criou um sistema de tesouraria. Quando os adolescentes chegam ao hotel, entregam seus dólares aos guias. "Temos vários dias programados para compras. Assim, se os pais autorizam, o sistema ajuda-os a não gastar tudo no primeiro dia."

A guia de um dos grupos organizados pela agência, Daniela Cassilhas, conta que os perfumes e ursos de pelúcia são os primeiros colocados nas listas de compras das meninas. Entre os meninos, a procura maior é por eletrônicos. "Com o dólar baixo, a tendência é que as pessoas aproveitem para comprar mais."

Daniela diz que orienta os adolescentes e divide as compras nas malas do grupo para evitar que eles paguem excesso de bagagem. "O grande problema é a bordo mesmo. Aqueles ursos enormes que ocupam mais uma poltrona."

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