A contribuição negativa do setor externo no Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 já era esperada, segundo o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Segundo ele, a elevada importação de petróleo e derivados, além da compra de componentes para a manufatura, levaram a esse desempenho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor externo contribuiu com -0,9 ponto porcentual no crescimento do PIB em 2013. Já a demanda interna contribuiu com 3,1 ponto porcentual. O PIB cresceu 2,3% no ano passado.
"A exportação de sete plataformas ajudou a amenizar esse resultado", disse Castro, para quem a contribuição do setor externo poderia ter sido ainda mais negativa sem a contabilização desses embarques "fictos" - as plataformas não deixam o País. Além disso, a desvalorização do real no segundo semestre não provocou grande impacto nas importações do ano passado. Castro espera que o dólar mais caro reflita apenas nos dados de 2014.
Neste ano, o presidente AEB espera um comportamento mais neutro do setor externo, oscilando entre uma contribuição de -0,1 pp e +0,1 pp no PIB. Apesar disso, a expectativa de superávit na balança comercial de US$ 7,2 bilhões (divulgada em dezembro) está com viés baixista, devido à situação na Argentina e na Venezuela.
"Tem uma série de novas variáveis que fazem com que revisemos essa projeção para baixo", disse Castro, acrescentando a desaceleração da China e o aumento de produção de minério de ferro na Austrália. "Até a hipótese de haver déficit comercial não pode ser descartada", afirmou. Mesmo assim, as importações devem ser freadas neste ano, em função do câmbio mais desvalorizado e do consumo das famílias perdendo fôlego.
-
Orçamento federal para prevenção a desastres caiu quase 80% na última década
-
Governo pagou R$ 539 milhões em emendas ao RS em 3 dias; Porto Alegre recebeu R$ 177 milhões
-
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
-
Forças Armadas participam de mais de 52 mil resgates à população do Rio Grande do Sul
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Ala econômica do governo mira aposentadorias para conter gastos; entenda a discussão
Maior gestor de fundos do país se junta ao time dos “decepcionados” com Lula 3