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O Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi um dos concedidos nas rodadas de leilões | Ale Silva / Folhapress
O Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi um dos concedidos nas rodadas de leilões| Foto: Ale Silva / Folhapress

Pioneiro

Primeiro aeroporto privado atende setor de óleo e gás

Um dos primeiros aeroportos privatizados no Brasil, Cabo Frio virou uma base operacional para a indústria de óleo e gás. Nas mãos da iniciativa privada desde 2001, ele não para de crescer. Está estrategicamente localizado próximo à Bacia de Campos e do norte da Bacia de Santos. Ou seja, praticamente todos os helicópteros que atendem as plataformas da Petrobras e das petroleiras estrangeiras saem do aeroporto de Cabo Frio – que está a 170 km do Campo de Libra. Segundo Kleber Meira, diretor-geral da Libra Aeroportos, que adquiriu 60% de Cabo Frio em 2011 da concessionária Costa do Sol, dos 230 mil passageiros transportados, 85% são de helicópteros off shore. Nos próximos cinco anos, a expectativa é que só esse nicho de mercado alcance 800 mil passageiros. Hoje o segmento de helicópteros off shore representa 40% da receita. Outros 40% vêm do transporte de cargas, também turbinado pela indústria de óleo e gás.

Apesar do peso do setor petroleiro, a empresa está otimista com a área turística. Em janeiro, foram 60 voos de passageiros. O aeroporto já tem voo charter de Buenos Aires (Argentina) e Santiago (Chile), além de voos regulares de Campinas e Belo Horizonte.

Seis empresas brasileiras se tornaram donas de aeroportos no país nos últimos dois anos e pelo menos outras oito têm projetos em desenvolvimento para ingressar no setor. O negócio requer aportes bilionários: só os leilões somaram investimentos de R$ 25,2 bilhões e outorga (pagamento ao governo) de R$ 45,5 bilhões. Mas as empresas apostam no potencial das receitas adicionais, com maior oferta de serviços e exploração imobiliária dos espaços, para recuperar o capital injetado nos aeroportos.

Essa perspectiva de ganhos atraiu para o setor, principalmente, grupos ligados à construção civil, incorporação imobiliária, concessão de rodovias e até novas empresas. A porta para a iniciativa privada investir em aeroportos se abriu em 2012, quando o governo quebrou o monopólio da estatal Infraero e promoveu uma rodada de leilões. O primeiro aeroporto concedido ao setor privado foi o de São Gonçalo do Amarante, arrematado pelo grupo de engenharia Engevix. Em seguida, também foram privatizados os aeroportos de Guarulhos, Brasília, Viracopos, Galeão e Confins.

Empresas como Inve­par, CCR, Triunfo, Enge­vix, Odebrecht e UTC Participações venceram os leilões, tornando-se controladoras dos aeroportos mais movimentados do país. E continuam de olho em novas oportunidades espalhadas Brasil afora. "Estamos 100% focados no Galeão, mas temos necessidade e expectativa de novos negócios para diversificar nosso portfólio", diz Paulo Cesena, presidente da Odebrecht Transport, que hoje administra 19 empresas na área de concessões rodoviárias, terminais portuários e mobilidade urbana.

A expectativa é de que a disputa em novos leilões continue acirrada. A Engevix, que tem dois aeroportos (São Gonçalo do Amarante e Brasília) sob sua gestão, já manifestou interesse em novas concessões. Segundo José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, o plano é ter quatro aeroportos grandes ou médios e outros dez regionais.

Rentabilidade

Os grandes aeroportos constituem negócios que garantem fluxos financeiros de longo prazo para seus investidores, com concessões de, no mínimo, 20 anos. As empresas podem ganhar com a cobrança de tarifas aeroportuárias, cujo preço é regulado, e ainda com a exploração comercial das áreas.

A Odebrecht Transport, que vai investir R$ 5,7 bilhões no aeroporto do Galeão, quer aproveitar o espaço para criar serviços aos passageiros. A empresa pretende incrementar a receita comercial do Galeão com mais opções de restaurantes na praça de alimentação e novas lojas. "Temos muita área e passageiro predisposto a consumir", disse Cesena.

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