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A queda do dólar resgatou um dilema que andava meio fora de moda no universo de dúvidas do brasileiro de classe média. Comprar ou não comprar a moeda americana? A questão aflige sobretudo os que planejam uma viagem para o exterior. O que é melhor: correr agora para um banco ou ter um pouco de paciência e apostar numa cotação mais baixa?

Especialistas em finanças pessoais deram clara preferência à segunda escolha, a estratégia do sangue-frio. Tudo bem: comparada com os R$ 3,50 do fim de 2002, a atual cotação (na faixa de R$ 2,14) representa uma pechincha quase irresistível. Mas, de acordo com os consultores, tudo indica que a desvalorização do dólar (de 27% nesse período) ainda não chegou a seu ponto máximo.

- Com exportações recordes, juros altos e inflação sob controle, o dólar não tem por que subir. Só mesmo uma ruptura no cenário interno ou externo poderia provocar isso - afirma Marcelo D´Agosto, diretor do site Fortuna. - Se você vai viajar daqui a um ano, pode esperar e comprar a uma taxa mais baixa - recomenda.

O consultor Fabio Colombo acredita que o dólar continuará oscilando entre R$ 2,10 e R$ 2,20, embora frise que prognósticos para câmbio são, quando não falíveis, quase sempre inexatos. Segundo Colombo, para aqueles que vão precisar da moeda americana em um prazo determinado, a melhor estratégia é a de compra parcelada.

- Se você pretende gastar US$ 3 mil em uma viagem que fará daqui a seis meses, o melhor é comprar US$ 500 a cada mês. Desta forma, vai diluir os riscos de perda - explica.

Colombo recomenda uma boa pesquisa na hora de comprar os dólares, já que os valores variam conforme a instituição. Os bancos, afirma, ganham justamente na diferença entre os preços de compra e os de venda. No fechamento da terça-feira, o dólar turismo em São Paulo era cotado a R$ 2,09 na compra e R$ 2,24 na venda, um "spread" de R$ 0,13. Já no dólar comercial, segundo a cotação média (Ptax), a diferença entre compra (R$ 2,1435) e venda (R$ 2,1427) era de R$ 0,0008.

Tanto Colombo como D´Agosto são reticentes quanto à escolha do dólar como opção de investimento.

- Comprar agora acreditando numa reversão da queda é um raciocínio perigoso. É preciso estar ciente de que essa opção pode acarretar sérias perdas - alertou D´Agosto.

Para Colombo, a preocupação em ter uma carteira de investimentos diversificada justifica a manutenção de algo como 10% a 20% das aplicações pessoais em ativos vinculados ao câmbio (seja dólar, euro ou ouro). Ele ressalta, no entanto, que a melhor alternativa para o pequeno investidor são os fundos DI (de renda fixa atrelados aos juros).

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