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Evan Williams, um dos fundadores do Twitter: uso do serviço é um pouco diferente do que se esperava no início | David Paul Morris/Getty Images/AFP
Evan Williams, um dos fundadores do Twitter: uso do serviço é um pouco diferente do que se esperava no início| Foto: David Paul Morris/Getty Images/AFP

Projeto ficou 17 anos na gaveta

Dos táxis para os celulares e PCs. A ideia de permitir às pessoas enviar textos curtos e constantes vem da dinâmica das cidades. Da mesma forma que produzia softwares para que taxistas pudessem informar a uma central onde estavam, Jack Dorsey, então com 15 anos, em 1992, imaginou que poderia permitir às pessoas comuns publicarem status de seu dia-a-dia. O projeto ficou adormecido até 2000. Naquele ano, Jack desenhou em uma folha de papel o esqueleto do que viria a ser o Twitter. "Mas ainda não havia tecnologia que permitisse a mobilidade." E o Twitter voltou para a gaveta.

Em 2006, o programador foi trabalhar em uma empresa chamada Odeo, de podcasting. Aí sim. Foi lá que Jack conheceu o criador do Blogger (que havia vendido o serviço para o Google havia três anos), Evan Williams, que era o dono da Odeo na época. Lá também trabalhava outro programador, Biz Stone. "Mostrei para o Evan o projeto. Ele gostou e me pediu para desenvolver um protótipo em duas semanas, o que o Biz me ajudou a fazer." É por essa junção que tanto Evan como Jack e Biz são considerados criadores do Twitter.

São Paulo - É um espaço bem pequeno. São apenas 140 caracteres. Mas já basta para produzir, enviar e receber informações; atualizar as fofocas do dia a dia; contar piadas; jogar conversa fora; fazer perguntas e responder a dúvidas; divulgar o blog; fazer amizades; colocar a boca no trombone; fiscalizar o governo... Não há exemplos e reticências suficientes que consigam abranger todos os usos que o Twitter ganhou e ganha a cada dia.

Com cerca de 6 milhões de usuários no mundo, o serviço tornou-se "o" queridinho dos usuários hardcore de internet e da mídia em geral. Após crescer 900% em um ano, o Twitter, que estreou em 2006, tornou-se o grande destaque da rede mundial neste início de 2009. Pelo menos no quesito barulho.

É figurinha onipresente em publicações como New York Times,The Guardian, e em blogs famosos como Techcrunch e BoingBoing. Recebeu investimentos de US$ 20 milhões em época de crise. Até o Facebook, 25 vezes maior em audiência, já que não conseguiu comprar o serviço – o que o Google também tenta –, anunciou na semana passada ferramentas inspiradas no Twitter.

Enquanto isso, aumenta o número de personalidades presentes no serviço. O presidente dos EUA, Barack Obama foi o precursor, ao criar seu perfil em 2007 para divulgar a sua campanha à Casa Branca. Mas já entraram para a lista Demi Moore, Britney Spears, Paulo Coelho, Michael Phelps. Os maiores jornais, blogs, portais, emissoras de TV também.

Todo esse barulho tem explicação: "Os influenciadores da internet – os early adopters – abraçaram o Twitter", explica a pesquisadora em redes sociais da PUC de Pelotas Raquel Recuero, que, com a também pesquisadora da UFRGS Gabriela Zago, fez um estudo sobre a adoção do Twitter no País. "É um nicho, usado por jornalistas, blogueiros, publicitários e gente de informática. Não é ainda um fenômeno de massa."

O Twitter é de difícil definição – mescla rede social, SMS, blog, RSS e Messenger. Com um layout simples, permite postar (ou "twittar", como dizem os aficcionados) textos de até 140 caracteres. E isso pode ser feito tanto pelo site oficial como por aplicativos instalados no navegador e em redes sociais e, um dos maiores atrativos, por celular. Quem quiser saber o que você "twitta" pode selecionar "seguí-lo" e, a partir daí, receberá as atualizações que você fizer em 140 caracteres.

Quando foi criado, em 2006, o intuito do serviço era que as pessoas respondessem à pergunta "o que você está fazendo agora?". Daí, quem se interessasse, poderia, por exemplo, saber que você saiu para tomar sorvete. Mas o serviço foi para outro lado. Um dos criadores, Evan Williams, inclusive, já anunciou que a pergunta deve mudar em breve. A maioria das pessoas - 62%, segundo a pesquisa de Raquel e Gabriela – prefere "twittar" informações noticiosas.

"Elas mandam links com notícias", explica a jornalista Raquel Camargo, do blog TwitterBrasil.org e autora de um trabalho de conclusão de curso sobre interação no serviço. "Você vira um filtro de informações. Pessoas interessadas no mesmo assunto que você o seguem, pois você publica informações selecionadas e instantâneas. Fora isso, há discussões, observações...", completa.

"Twitteiro" mais seguido atualmente no Brasil (por 14 mil pessoas), o blogueiro e apresentador de TV Marcelo Tas, por exemplo, comporta-se assim. "Uso o Twitter o tempo todo, diariamente, para disparar e capturar informação. É uma ferramenta ultraveloz, compacta e precisa", conta.

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