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A agência de classificação Moody's informou nesta quarta-feira (25) que colocou em perspectiva negativa a nota de 17 bancos da Alemanha. A mudança é reflexo das alterações feitas na qualificação da dívida pública do país na segunda, em decorrência da crise financeira na zona do euro.

A instituição usou como justificativa as incertezas decorrentes das dificuldades econômicas que acometem os 17 países da zona e a preocupação com a piora do cenário na Espanha e na Itália, assim como a eventual saída da Grécia da moeda única.

De acordo com a Moody's, as instituições atingidas pela nova avaliação têm vinculação com o Estado ou Províncias da federação alemã. A perspectiva negativa é um alerta das agências responsáveis por avaliar a dívida pública para um possível rebaixamento caso a conjuntura financeira piore.

A decisão acontece dois dias após a Moody's anunciar que colocou em perspectiva negativa as notas de crédito de Alemanha, Holanda e Luxemburgo, três dos quatro países da zona do euro que tem qualificação máxima "AAA".

Âncora

Logo após a declaração, o Ministério de Finanças da Alemanha declarou que o país continuará sendo a "âncora de estabilidade da zona do euro" durante a crise financeira nos países da moeda única.

"Temos conhecimento da opinião da Moody's. Essa estimativa destaca sobretudo os riscos a curto prazo, mas não mencionam as perspectivas de estabilização a longo prazo. A zona do euro colocou nos trilhos uma série de medidas que devem conduzir a uma estabilização duradoura da região", diz o comunicado.

A pasta afirmou que o país se encontra em "situação econômica e financeira sólida" e que deverá atingir um orçamento equilibrado em 2014, corrigindo o deficit fiscal. No documento, o ministério ainda informa que a capitalização do sistema bancário melhorou "sensivelmente" e as perspectivas de crescimento são "sólidas".

Alemanha, Holanda e Luxemburgo são três dos quatro países da zona do euro que tiveram mantidas suas notas máximas na avaliação durante a crise financeira. O quarto é a Finlândia. Outras agências ainda mantém os quatro na lista e também a França, que teve sua nota degradada pela Moody's em março.

Fundo europeu

Em decorrência dos rebaixamentos das perspectivas dos três países, a Moody's também colocou perspectiva negativa o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

Em comunicado, a agência explica que mantém a nota "AAA", a máxima na escala da instituição, mas reflete as mudanças feitas nas notas dos 17 países da zona, que enviam recursos para o fundo.

Para a Moody's, o mecanismo de resgate continua com garantia plena e integral, apesar da crise financeira no bloco, mas a conjuntura econômica, especialmente em caso de resgate de Espanha e Itália, podem causar rebaixamento na qualificação.

Criado em 2010 para apoiar os países em dificuldades financeiras, o fundo capta recursos no mercado financeiro com garantia de pagamento pelos Estados da zona do euro, considerando a proporção de participação no Banco Central Europeu.Com isso, pode emprestar aos países endividados a custos mais baixos que a captação direta dos Estados no mercado.

Caso haja rebaixamento, o custo dessas operações de empréstimo deverá ter taxas de juros maiores, o que dificulta a sustentabilidade do fundo.

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