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Um ano após o início de seu processo de recuperação judicial, a Varig vive aquele que pode ser seu último fim de semana de agonia e incertezas. Com o não-cumprimento do edital do leilão de venda da companhia – que previa um depósito de US$ 75 milhões até sexta-feira – pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), a Justiça empurrou para amanhã um possível desfecho sobre a crise financeira que minou a empresa. As opções são a falência imediata, a abertura de um novo leilão ou o exame de novas propostas de compra.

Longe de poder interferir nas decisões judiciais sobre a empresa estão os consumidores, que correm o risco de não poder utilizar suas milhas acumuladas em viagens pela Varig. O ministro da Defesa, Valdir Pires, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), estão garantindo as viagens com bilhetes já emitidos pela companhia. Eles sugerem a conversão das milhas em passagens para que o consumidor não saia no prejuízo. "Vai na Varig, gente! E marquem esses bilhetes. Ela tem que manter as suas milhas, é um contrato com os consumidores", disse na sexta-feira o presidente da Anac, Milton Zuanazzi.

Volta pra casa

Também longe – talvez ainda mais longe – de poder interferir no futuro da Varig estão mais de 20 mil brasileiros no exterior com bilhetes da Varig na mão e uma pergunta que não sai da cabeça: como regressar ao Brasil? Apenas ontem eram mais de 2,6 mil pessoas, que se acotovelavam em aeroportos do mundo inteiro para conseguir um assento em vôo da própria companhia ou de outras que aceitassem o endosso de passagens.

Com o intuito de resolver o problema, na sexta-feira o Comando da Aeronáutica mobilizou três aviões EMB-145 da Força Aérea Brasileira (FAB), com 45 lugares cada, para ajudar a trazer passageiros de países da América do Sul para o Brasil. Um dia antes, a FAB já havia oferecido dois Boeing 707, conhecidos como "Sucatões", com capacidade para transportar 160 passageiros cada, para trazer clientes da Varig da Europa para o Brasil.

Não há definição, no entanto, de quando os aviões começarão a voar, e nem se eles poderão voar – já que aviões militares precisam de autorização especial para sobrevoar outros países, e os "sucatões" emitem nível de ruído superior ao permitido na Europa. De qualquer maneira, a idéia é só acionar estes aviões caso as companhias estrangeiras e as brasileiras não consigam transportar os passageiros que estão no exterior.

Venda

Fontes que acompanham os bastidores das negociações revelam que a Anac deve aprovar a venda da Varig Log para a Volo do Brasil no início da semana. A aprovação do negócio, que esbarra em uma discussão sobre o limite de 20% de participação de capital estrangeiro em empresas aéreas, é fundamental para a formalização da oferta de US$ 485 milhões da Varig Log pela Varig. A Volo tem como sócio o fundo americano Matlin Patterson.

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