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Os postos de combustíveis de Curitiba reajustaram nesta semana o preço do álcool e da gasolina em R$ 0,10, em média. A gasolina, que durante o fim de semana chegou a ser vendida por R$ 2,19 em alguns locais, agora é encontrada por R$ 2,39 na maioria dos postos. O valor médio cobrado pelo álcool passou de R$ 1,59 para R$ 1,69. A variação foi constatada em uma visita a 11 postos da capital.

A elevação na cotação do álcool que sai das usinas e uma alteração nas regras da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para a comercialização do produto são os dois fatores que mais influenciaram os aumentos desta semana. A indústria alcooleira está na entressafra, período em que preços ficam mais pressionados. A cotação do metro cúbico do combustível hidratado (o que é vendido nos postos) passou de aproximadamente R$ 850 em outubro para R$ 1 mil neste mês. "Esta é uma variação normal nesta época, não muito diferente do que ocorreu em anos anteriores", explica a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), Heloísa Lee Durnquist.

Mas nas últimas semanas o mercado foi balançado por uma nova regra da ANP que obrigará o uso de um corante cor laranja no álcool hidratado que sai das usinas. Com isso, o órgão pretende inibir a mistura de água ao álcool anidro – aquele usado para ser adicionado à gasolina e sobre o qual incidem menos impostos. Como a decisão valerá a partir da primeira semana de janeiro, aumentou a procura por álcool nas usinas. "Quem faz a mistura está fazendo estoques de anidro para misturar água ou passou a comprar o hidratado. De qualquer maneira o comportamento da demanda não está normal", afirma Heloísa.

Na avaliação da pesquisadora, o mercado de álcool deve ficar com as cotações em alta pelo menos até abril, quando começa a ser colhida a nova safra de cana. "É possível que o preço não volte ao que era porque a venda de carros bicombustíveis atingiu já neste ano uma marca que era esperada para 2007", comenta. Neste ano, cerca de 50% dos carros saíram da fábrica com motores flexíveis, proporção que tende a aumentar.

Com os novos preços, os donos de carros bicombustíveis precisam fazer as contas antes de abastecer. Segundo pesquisa do Cepea, só vale a pena abastecer com álcool quando seu preço for no máximo 70% do praticado na gasolina – porcentual ultrapassado na maioria dos postos visitados pela reportagem.

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