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Os postos de combustível de Curitiba começaram ontem a aumentar o preço do álcool combustível, em um movimento já esperado em decorrência dos reajustes praticados pelas usinas e pelos distribuidores há uma semana. O litro do produto, que até o final de semana era encontrado em geral por R$ 1,49, foi vendido ontem por valores entre R$ 1,54 e R$ 1,69, o que corresponde a um aumento entre 6,7% e 13,4% em relação à semana passada. Na maior parte dos postos pesquisados, o preço subiu para R$ 1,59.

A escalada do preço do álcool a partir da última semana de dezembro despertou o sinal de alerta entre consumidores e revendedores. No mês passado, o produto era vendido nas distribuidoras por R$ 1,25 o litro, sem tributos. Hoje esse valor está entre R$ 1,39 a R$ 1,42, fora os R$ 0,28 referentes ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e R$ 0,12 de PIS/Cofins. De acordo com o presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese, os revendedores precisam repassar o aumento de custos que vem desde a usina. "O álcool hoje corresponde a um grande volume do total comercializado no posto, e por isso não há como reduzir o valor sem prejuízo para o empresário", afirmou.

Para Fregonese, o movimento de alta no preço do álcool já estava desenhado desde o fim de setembro, quando o governo federal decidiu aumentar o porcentual desse produto na gasolina, dos tradicionais 20% para 23%. "Com isso foram eliminados cerca de 300 milhões de litros de álcool que poderiam ser usados para regular o mercado", avaliou. Ele criticou a proposta de reduzir o porcentual do álcool na gasolina novamente para 20%. "O governo sempre manda arrumar a porta depois que ela está arrombada", disse.

Apesar da alta do preço, ainda vale a pena abastecer com álcool os veículos bicombustíveis. O álcool anidro, usado na mistura com a gasolina, não sofreu aumento de preço. "Os carros flex ainda apresentam vantagem, mas com folga cada vez menor", observa.

O presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, acredita que o preço do álcool na usina deve se estabilizar a partir de agora. "O aumento ocorreu em função de oferta reduzida e demanda maior em São Paulo, provocando majoração generalizada. Mas a produção agora está normal e o preço está condizente com a realidade", afirmou.

Guerra

Enquanto a maioria dos postos de Curitiba aumenta o preço do álcool, o empresário Ricardo Helal decidiu contrariar o mercado. Segundo ele, o combustível poderá ser comprado por R$ 1,44 no posto Arabian, de bandeira branca, no bairro Barreirinha. "Cobrimos a oferta de nossos concorrentes em álcool, diesel e gasolina para qualquer consumidor que aparecer aqui."

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