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A menos de uma semana do início do processamento da safra 2006/2007 de cana-de-açúcar, os preços do álcool combustível voltaram a subir ontem nas usinas. O litro do produto chegou a ser oferecido às distribuidoras a R$ 1,45 sem tributação e R$ 1,80 acrescido dos impostos. Com as atuais cotações, o litro do álcool não chegará aos postos por menos de R$ 1,95, confirmando a previsão do presidente do Sindicombustíveis do Paraná, Roberto Fregonese. Para o consumidor a estimativa é de que ainda nesta semana o litro ultrapasse a casa de R$ 2. Com o novo reajuste, abastecer os veículos com motor flex a álcool se tornou financeiramente inviável.

De acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), por render menos que a gasolina, só é vantajoso abastecer com álcool se o preço corresponder a menos de 70% do valor da gasolina. Em Curitiba, ontem, a relação de preços era de 72%, considerando-se o preço médio de R$ 1,79 para o álcool e de R$ 2,47 para a gasolina. Se o litro do álcool subir para R$ 2 conforme prevê o Sindicombustíveis, e o litro da gasolina passar para R$ 2,58 com a redução do porcentual de álcool de 25% para 20%, a relação de preços entre os dois combustíveis será de 77,5%.

Entre os motivos apontados para os constantes reajustes dos preços do álcool combustível estão a entressafra da cana-de-açúcar, que vai até abril, combinada ao aumento do consumo proporcionado pela popularização dos carros flex. As usinas não fazem estoques e não conseguem garantir a oferta do produto. "Isso é preocupante, pois os postos também não trabalham com grandes estoques, que são suficientes para no máximo três a cinco dias", alertou ontem o presidente do Sindicombustíveis. Segundo ele, com as notícias de que o álcool terá seu preço reajustado, os consumidores estão abastecendo seus veículos preventivamente, o que poderá diminuir os estoques mais rapidamente.

Há um mês, o litro do álcool combustível nos postos custava em média R$ 1,74, e nas distribuidoras R$ 1,60, garantindo uma margem de lucro para o varejista de Curitiba de R$ 0,14 em litro. De acordo com a última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), referente ao período de 12 a 18 de fevereiro, o preço médio do álcool nos postos passou para R$ 1,78 (+2,29%), enquanto nas distribuidoras a média foi de R$ 1,59 (-0,6%), aumentando a margem de lucro para R$ 0,19.

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