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Domingo de sol em Atenas: Alemanha aumenta pressão contra a Grécia, França busca conciliação. | Jean-Paul Pelissier/Reuters
Domingo de sol em Atenas: Alemanha aumenta pressão contra a Grécia, França busca conciliação.| Foto: Jean-Paul Pelissier/Reuters

A Alemanha aumentou a pressão sobre a Grécia neste domingo (12) e propôs a saída do país da zona do euro por cinco anos em troca da reestruturação de sua dívida.

A possibilidade chegou a ser incluída no esboço de um compromisso produzido pelos ministros de Finanças da Europa, embora esteja entre colchetes, o que significa que nem todos os países concordam com esse trecho.

“No caso de um acordo não ser atingido, devem ser oferecidas à Grécia negociações rápidas para um tempo fora da zona do euro, com possível reestruturação de dívida”, diz o documento de apenas quatro páginas publicado na internet por um jornal grego.

Após dois resgates fracassados, país busca terceira chance

  • ATENAS

Após dois planos de resgate no valor total de 240 bilhões de euros em cinco anos, com cortes que fizeram com que o desemprego saltasse de 9% para 27% e a economia perdesse um quarto de seu rendimento, a Grécia solicitou um terceiro resgate, com perspectivas de sucesso incertas.

O primeiro plano de socorro, em 2010, foi resultado da explosão da dívida grega na década passada. Mas, desde então, a dívida do Estado grego passou de 120% para 175% do PIB. O poder aquisitivo se reduziu 37,2%, e um terço da população vive agora abaixo do limite de pobreza.

Em janeiro deste ano, o partido Syriza ganhou as eleições prometendo o fim da austeridade e a reestruturação da dívida grega. Mas, assim que foram retomadas as negociações com os credores, o atual primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, teve que jogar pra escanteio boa parte de suas promessas.

Após cinco meses de negociações, e muita perda de confiança por parte das instituições, o governo de coalizão esquerdista nacionalista acabou solicitando um terceiro resgate e apresentando um programa que inclui duras medidas, como aumentos de impostos e reduções das prestações sociais.

Os ministros de Finanças da Europa passaram o fim de semana em negociações, mas deixaram a decisão política para os líderes europeus.

Até a conclusão desta edição, os presidentes e primeiros-ministros continuavam reunidos em Bruxelas.

O impasse prosseguia porque, enquanto os alemães pediam mais austeridade aos gregos, a França tentava encontrar uma maneira de manter o país no bloco.

Antes do início da reunião, a chanceler alemã Angela Merkel disse que “não haveria um acordo a qualquer custo”. Já o presidente francês François Hollande afirmou que estava em jogo “nossa concepção de Europa”.

No esboço feito pelos ministros, que seria utilizado como base pelos líderes, havia um caminho frágil para um entendimento. O primeiro passo seria o governo grego aprovar reformas importantes até quarta-feira.

Essas reformas seriam precondições para negociações de um terceiro pacote de ajuda à Grécia, o que impediria o país de dar o calote e deixar a moeda única.

Com a deterioração da economia grega, os ministros europeus estimam que a Grécia precisa de mais 86 bilhões de euros (cerca de R$ 341 bilhões), sendo 10 bilhões de euros imediatamente.

No dia 20 de julho, os gregos têm de pagar 4,2 bilhões de euros de juros para o Banco Central Europeu e não se sabe de onde virá o dinheiro. Só a reestruturação do sistema bancário custaria entre 10 bilhões de euros e 25 bilhões de euros. Há duas semanas, os bancos gregos estão fechados com os saques limitados.

Rendição

Para analistas, as reformas exigidas pelos credores significam a “rendição” dos gregos. Eles pedem que a Grécia aprove em três dias um sistema de arrecadação de impostos por valor agregado, uma reforma das pensões, além de criar de instituições capazes de garantir a reforma fiscal.

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