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O governo alemão vai gastar menos no ano que vem, já que suas medidas de austeridade, juntamente com uma recuperação da economia, deverão ajudar a reduzir os custos do mercado de trabalho e os níveis de endividamento. O Orçamento da coalizão de centro-direita que governa o país tem como meta 57,5 bilhões de euros em novos empréstimos no ano que vem e uma redução de 3 8% do gasto, de acordo com dados aos quais a agência Dow Jones teve acesso. O corte de gastos planejado pelo governo em 2011 significa que o país está lentamente pondo fim ao estímulo fiscal que havia implementado nos últimos dois anos.

Os planos para 2010 haviam originalmente incluído um aumento de 9,3% do gasto, mas a expansão real será provavelmente menor, tendo em vista o corte em sua meta de contração de novos empréstimos de 80,2 bilhões para 65,2 bilhões de euros.

"O Orçamento preliminar do governo para 2011 e o plano fiscal até 2014 são um ponto de inflexão da política fiscal e orçamentária", afirma o projeto. "Não há alternativas para a saída das medidas de estímulo econômico de longo alcance implementadas durante a crise. Os recentes desdobramentos na Grécia e em outros países da zona do euro são um claro sinal de que os orçamentos públicos não podem ser pressionados para sempre. Seria uma negligência grosseira por parte dos políticos ignorar esses alertas óbvios".

Os esforços de consolidação para 2011 têm como objetivo o cumprimento da regra constitucional alemã que determina que o governo reduza seu déficit estrutural, que exclui fatores cíclicos, para 0,35% de seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2016. O governo vai cortar gastos ou elevar as receitas em cerca de 7 bilhões de euros anuais de 2011 a 2014 para seguir essa regra.

Além disso, a Alemanha precisa colocar o déficit orçamentário de seu setor público em linha com as regras da União Europeia, que determinam que o déficit seja inferior a 3% do PIB até 2013.

Por causa da melhoria da situação econômica, o déficit alemão será este ano inferior aos 5,5% do PIB projetados em abril, mas ainda assim "deverá atingir o maior nível desde a reunificação alemã", em 1990. A dívida pública, por sua vez, deverá chegar a 79% do PIB este ano, acima dos 73,1% de 2009, diz o documento. O Orçamento afirma ainda que a economia do país deverá crescer mais do que a taxa de 1,4% estimada para este ano e que a recuperação vai ganhar impulso.

Até o momento, o mercado de trabalho tem se mostrado bastante robusto e o risco de um retrocesso tem diminuído. Para 2011, o governo projeta uma demanda doméstica mais forte do que a deste ano. Entretanto, o documento ressalta que as condições do mercado financeiro ainda representam um risco para a economia.

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