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Pato Branco – Até 1988, a indústria Petrycoski, de Pato Branco (Sudoeste do Paraná), se dedicava à mesma finalidade com que havia sido fundada, 38 anos antes: produzir fogões a lenha. Um segmento em retração, marcado por forte sazonalidade – as vendas se concentram no inverno –, e pelo avanço dos fogões a gás, mais modernos e sintonizados com a urbanização do país. A solução encontrada pelo empresário Cláudio Petrycoski, que havia assumido a empresa três anos antes, foi juntar-se ao "inimigo" – ou seja, entrar no mercado de fogões a gás. Contratou ex-funcionários de empresas concorrentes e comprou o defasado maquinário de duas antigas fábricas do Rio Grande do Sul, optando por modernizar a linha aos poucos.

A decisão foi, talvez, a mais importante da história da empresa, fundada pelo pai de Cláudio, Teóphilo Petrycoski. Em 1996, mais novidades: o sobrenome da família daria lugar à marca Atlas Eletro – "mais simples, mais curto e mais fácil de pronunciar", como diz Cláudio. Apostando em uma linha popular, voltada às classes C e D, a Atlas chegou ao posto de terceira maior fabricante de fogões a gás do país, atrás apenas de Dako e Continental. Ao contrário do que se esperava, os fogões a lenha até que resistiram bem ao tempo – tanto que a empresa ainda ostenta o título de líder desse mercado na América Latina, sob a marca Fogões Petrycoski, bem aceita no Sul do país.

Mas o mercado já esteve bem melhor. No Brasil, diz Cláudio, as vendas estão relativamente "aquecidas" neste ano, mas com leve queda em relação a 2005. As exportações, prejudicadas pela valorização do real, perderam participação no total das vendas: de uma média de 13% nos bons tempos, não passam hoje de 7%.

A empresa também encontrou dificuldades em um recente processo de expansão. Havia montado uma fábrica de fogões na Bahia, de olho nos consumidores do Nordeste, mas os custos acabaram não compensando – e a planta foi desativada. Em 2003, a Atlas resolveu se arriscar na "linha água", comprando a falida indústria de lavadoras Enxuta, de Caxias do Sul (RS). O problema é que, pouco depois, a Argentina embargou as importações do Brasil. Uma linha exclusiva para o mercado argentino teve de ser fechada, e 100 funcionários foram demitidos.

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