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Alibaba: Brasil é destaque para crescimento das receitas

O Brasil tem ajudado o grupo chinês Alibaba a aumentar suas receitas internacionais, de acordo com o prospecto de abertura de capital da empresa, que estreou nesta sexta-feira na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). O portal do grupo mais conhecido no Brasil é a AliExpress, um site de comércio eletrônico, que tem página em português.

As receitas internacionais do grupo com varejo chinês cresceram 147% nos nove meses encerrados em dezembro de 2013 na comparação com o mesmo período do ano anterior, para US$ 105 milhões. A razão foi o aumento de vendas para compradores no Brasil, Rússia e Estados Unidos, principalmente por meio do AliExpress, segundo o prospecto.

Brasil, Rússia e EUA são os países onde a Alibaba tem mais compradores pela internet, destaca o prospecto. De acordo com a consultoria dos EUA comScore, a Alibaba já é a sétima loja de comércio eletrônico mais visitada pelos brasileiros. A chinesa chegou ao Brasil em 2010. Em julho, assinou um memorando de entendimento com os Correios para facilitar o comércio entre Brasil e China. A ideia é que pequenas e médias companhias brasileiras tenham acesso ao mercado chinês por meio das plataformas do Alibaba e o inverso também, ou seja, trazer as asiáticas para vender no Brasil.

Além do site em inglês, o AliExpress tem sites em línguas locais no Brasil e na Rússia, de acordo com o prospecto. O documento arquivado na SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA, que fiscaliza o mercado de capitais) dá destaque, inclusive, para uma foto da página do portal em português. Entre os produtos mais procurados do site AliExpress, segundo a empresa, estão roupas, celulares, produtos de beleza e saúde, relógios e itens de tecnologia. No Brasil, foram 9,4 milhões de visitantes em agosto, mostra a comScore.

Além do AliExpress, o grupo chinês tem outros portais de comércio eletrônico e buscas. Entre os mais conhecidos na China estão o Taobao, que vende praticamente de tudo, e o Tmall, que vende produtos de marcas mais famosas. Além disso, o grupo tem outros negócios, como uma loja de atacado e um sistema de armazenamento de dados em nuvem.

O grupo chinês Alibaba escreveu nesta sexta-feira (19) um novo capítulo na história do mercado financeiro ao iniciar sua participação em Wall Street superando a casa dos US$ 22 bilhões com sua oferta pública de ações. O gigante do comércio eletrônico asiático estreou na bolsa de Nova York (NYSE) superando todas as previsões: as vendas das ações foram iniciadas a US$ 92,7, quase 37% maiores que o preço da oferta. Os preços foram fechados em US% 93,89, alta de 38,07% frente às cotações estabelecidas para o OPV.

Um dia antes, os responsáveis da Alibaba tinham comunicado à Comissão da Bolsa de Valores (SEC, na sigla em inglês) que fixavam o preço final de seu OPV em US$ 68. Com o valor, eles previam uma arrecadação de pelo menos US$ 21,8 bilhões, novo recorde de Wall Street. "Há quatorze anos perguntei a minha esposa se ela queria que eu fosse um homem rico ou um empresário respeitado. Ela, evidentemente, respondeu um empresário respeitado porque nunca pensou que eu ficaria rico", revelou o fundador do Alibaba, Jack Ma, enquanto sua companhia se preparava para fazer história.

Antes da esperada estreia, os analistas da bolsa nova-iorquina fizeram uma primeira estimativa que fixava o preço das ações do grupo chinês entre US$ 80 e US$ 83. O tempo foi passando e as previsões subiam, passando para US$ 82 e US$ 85, depois US$ 87 e US% 89 e, finalmente, alcançando o patamar de US$ 91 e US$ 93.

Só nos 15 primeiros minutos de abertura do mercado foram compradas mais de 127 milhões de ações, superando os 110 milhões da estreia do Twitter no ano passado, embora ainda longe dos 567 milhões de ações negociadas no primeiro dia do Facebook na bolsa. Duas horas depois de desembarcar em Wall Street, o Alibaba estava cotado em US$ 228 bilhões, atrás de outros gigantes como a Apple, avaliada em US$ 609 bilhões, ou do Google, com valor de US$ 400 bilhões.

O gigante do comércio eletrônico chinês, cuja as ações chegaram a superar os US$ 99 durante o dia, ultrapassa assim um de seus grandes rivais, a Amazon, que vale cerca de US$ 151 bilhões, ou o Facebook, avaliado em US$ 200 bilhões.

O executivo-chefe do Alibaba disse estar muito "honrado e feliz" com a OPA. "Nossa principal prioridade segue sendo os nossos clientes, na frente dos empregados e dos acionistas. Hoje o importante não é o dinheiro, mas sim que as pessoas confiam em nós", afirmou Ma ao canal financeiro "CNBC", e acrescentou que espera que sua empresa seja "maior que o Walmart" e seja parecida com a IBM ou a Microsoft.

O empresário revelou também que cumpriu seu "sonho americano" e afirmou ser fã do personagem "Forrest Gump", protagonizado por Tom Hanks nos anos 90. "Já vi o filme umas dez vezes, e também o assisti antes de vir à Nova York", acrescentou. A empresa que fundou há 15 anos em um apartamento na sua cidade natal, Hangzhou, após pedir um empréstimo de US$ 60 mil, conta na atualidade com 279 milhões de usuários ativos em mais de 190 países.

O Alibaba, que no ano passado lucrou US$ 3,7 bilhões, emprega 25 mil pessoas encarregadas de operar o portal Alibaba.com e o motor de busca "eTao", além de ter sua própria tecnologia de pagamentos pela internet, o Alipay.

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