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A batata-inglesa foi o alimento que mais subiu na Grande Curitiba | Valterci Santos/Gazeta do Povo
A batata-inglesa foi o alimento que mais subiu na Grande Curitiba| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Política monetária

Paulo Bernardo defende redução da meta

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu ontem a redução da meta de inflação para que o "juro real" – diferença entre o juro nominal e a inflação – no Brasil possa chegar a 2%. Segundo ele, é possível trabalhar com um objetivo menor de inflação ainda no governo Dilma. Até 2012, o centro da meta está definido em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com tolerância de dois pontos acima ou abaixo.

"Se quisermos ter juro real de 2%, é bom reduzir a meta", disse Bernardo. A visão dele é que novas reduções no patamar estrutural da taxa Selic dependem de uma inflação menor. Indagado sobre se essa redução já poderia ocorrer para a meta de 2012 – que precisará ser confirmada em junho de 2011 pelo CMN –, o ministro tergiversou. Disse apenas que "a redução da meta é coisa a ser considerada", mas não se comprometeu com prazo e afirmou que a discussão é "para adiante".

Agência Estado

Índice deve desacelerar neste mês

Após as altas de setembro e outubro, o IPCA deve passar por um processo de desaceleração, na avaliação da economista-chefe da corretora Icap Brasil, Inês Filipa. Para ela, o índice atingiu seu pico no mês passado e poderá registrar uma taxa 0,18 ponto porcentual menor no fechamento de novembro. "A expectativa inicial é de arrefecimento do IPCA no mês seguinte [novembro], com o IPCA-15 ainda pressionado, mas abaixo de 0,70%, e o fechamento de novembro em torno de 0,57%", destacou, em relatório.

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  • Os vilões da inflação em outubro foram, novamente, os alimentos. Confira no gráfico

Sob forte pressão dos alimentos, que tiveram a maior alta em 28 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,75% em outubro, com forte aceleração ante os 0,45% apresentados em setembro. Segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa é a maior desde fevereiro (0,78%) e também a mais alta para meses de outubro desde 2002.

De janeiro a outubro, a inflação acumula alta de 4,39%, já superando a variação registrada em todo o ano de 2009 (4,31%). A alta do IPCA nos últimos 12 meses, de 5,2%, está acima do centro da meta de inflação (4,5%) estipulada pelo governo federal, que tem tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

De acordo com a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a inflação deste ano tem sido e continuará sendo determinada pela flutuação dos preços dos alimentos. Eles tiveram avanço de 1,89% em outubro – o maior desde junho de 2008 (2,11%) –, após alta de 1,08% em setembro. Assim, acrescentaram 0,43 ponto porcentual ao IPCA em outubro, respondendo por mais da metade da alta da inflação no mês. As principais contribuições para tal aumento vieram dos itens carnes (3,48%) e feijão carioca (31,42%).

Embora não tenham sido os maiores responsáveis pelo aumento da inflação, os preços dos produtos não alimentícios também se aceleraram. Eles subiram 0,41%, contra 0,27% em setembro, com destaque para o desempenho de combustíveis (1,56%). O etanol, que subiu 7,41% no mês, acabou por pressionar também o preço da gasolina, que avançou 1,13%.

No acumulado do ano, além da forte pressão dos alimentos, também empurraram o IPCA para cima serviços como colégios – que, com alta de 6,64% desde janeiro, foram a principal fonte de alta para a inflação no ano –, empregado doméstico (9,55%), condomínio (5,08%) e conserto de automóvel (5,71%).

Entre os itens que ajudam a conter a alta do IPCA em 2010, estão alguns com preço vinculado ao dólar, como artigos de limpeza (alta de 1,09% de janeiro a outubro) e artigos de higiene pessoal (2,04%), além de combustíveis (0,35%), automóveis novos (baixa de 0,95%) e automóveis usados (recuo de 1,56%). Segundo Eulina, apenas 26 itens pesquisados são responsáveis por quase 80% do IPCA acumulado em 2010.

Grande Curitiba

Na região metropolitana de Curitiba (RMC), a inflação subiu 0,68% em outubro, pouco abaixo da média nacional. O grupo de despesas que mais encareceu no mês foi alimentação e bebidas, com alta de 1,95% – entre os itens que mais subiram, estão a batata-inglesa (21,57%) e o feijão preto (12,15%). A segunda maior alta veio do grupo habitação (0,61%), com destaque para o condomínio, que ficou 3,89% mais caro na região. Na categoria transportes, cujo aumento foi de 0,43%, a maior alta foi do etanol (8,39%).

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