Os alimentos perderam espaço no orçamento das famílias, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1974/1975, essas despesas representavam 33,9% dos gastos de consumo das famílias. Em 2008/2009, essa proporção caíra para 19,8%.
No mesmo período, ganharam espaço, principalmente, os gastos com habitação, que passaram de 30,4% para 35,9%; e transporte, de 11,2% para 19,6%.
A diferença é ainda maior na área rural: nesses locais, a participação dos alimentos nos gastos de consumo das famílias caiu de 53,2% em 1974/1975 para 37,6% em 2008/2009. Nessas regiões, os gastos com transporte, por sua vez, cresceram de 7,5% para 20,6% no mesmo período.
Em 2008/2009, a despesa média mensal familiar com alimentação foi de R$ 421,72. A despesa total com alimentação das famílias com rendimentos mais altos (acima de R$ 10.375) foi quase seis vezes maior do que nas com rendimentos mais baixos (até R$ 830).
Na última pesquisa, 64,5% das famílias declararam ter alimentos suficientes para chegar ao fim do mês acima da porcentagem de 53% verificada em 2002/2003. Ainda no levantamento mais recente, 75% das famílias declararam ter algum grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com seus rendimentos.
Rendimento e despesa
Em 2008/2009, o rendimento médio mensal familiar no Brasil era de R$ 2.641,63. Os 40% de famílias com menores rendimentos possuíam despesa per capita de R$ 296,35, enquanto os 10% com maiores rendimentos tinham despesa de R$ 2.844,56 uma distância média de 9,6 vezes.
Em média, a família brasileira gasta R$ 2.626,31 por mês. O maior gasto é o das famílias do Sudeste, de R$ 3.135,80, quase o dobro do que gastam as do Nordeste, que têm a menor despesa, de R$ 1.700,26.
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