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Depois de mais de um mês e meio de desconfianças de lado a lado, os acionistas da operadora de ferrovias ALL devem aprovar hoje a proposta de fusão feita pela rival Rumo, do grupo Cosan. A união cria uma nova companhia avaliada em R$ 11 bilhões. A oferta da Cosan já tinha aprovação dos principais sócios da ALL, mas para seguir em frente dependia da posição dos fundos de pensão Previ e Funcef e da gestora de investimentos BRZ. A princípio desconfiados, os fundos contrataram o banco Brasil Plural para assessorá-los.

O banco considerou a proposta justa e recomendou a sua aprovação. Pela oferta feita no final de fevereiro, os acionistas da Rumo terão 36,5% da nova companhia, e os da ALL, 63,5%. A reunião de hoje vai definir o voto que será levado a uma assembleia geral de acionistas da ALL, ainda sem data, para ser sacramentado.

"Nós gostaríamos de uma relação de troca mais favorável, mas o Brasil Plural avaliou que a proposta é justa. Vamos votar a favor dela amanhã [hoje]", afirma Marco Geovanne, diretor de Participações da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil). A Funcef (fundo dos funcionários da Caixa Econômica Federal) também vai votar a favor. A reportagem não conseguiu uma posição da BRZ, mas a oferta da Cosan já tem adesão suficiente para ser aprovada.

Para aceitar a proposta, os fundos de pensão e a BRZ incluíram na negociação o cancelamento de uma multa calculada em mais de R$ 700 milhões que a Rumo cobra da ALL, por contratos não cumpridos no transporte de carga. "Na hora em que as duas empresas forem uma só, não tem como você se processar", afirma Geovanne.

Os fundos também querem criar um comitê para avaliar eventuais conflitos de interesse em operações que envolvam a nova companhia. Seria o caso da Raízen, empresa de energia do grupo Cosan, que usa os serviços da Rumo.

Desconfiança

O acordo entre os sócios da ALL demorou porque os fundos de pensão e a BRZ estavam desconfiados da proposta da Cosan, do empresário Rubens Ometto. Eles se sentiram excluídos da negociação, que tinha sido conduzida diretamente pelos principais acionistas da ALL – os empresários Wilson de Lara e Ricardo Arduini, com apoio do BNDES, outro sócio relevante.

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