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Apesar de o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ter anunciado ontem que o governo federal estuda a criação de trecho ferroviário entre os municípios de Guarapuava, Irati e Lapa (Centro e Sudeste do estado), a concessionária América Latina Logística (ALL) ainda estuda a viabilidade da construção do trecho inicialmente proposto, entre Guarapuava e Ipiranga (região de Ponta Grossa), por solicitação também do governo federal, na forma de Parceria Público Privada (PPP). O estudo deve ser finalizado em março. Um dos dois investimentos deve ser viabilizado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em janeiro pelo governo federal.

"Pode envolver os recursos do repasse que a ALL faz anualmente ao governo, da ordem de R$ 100 milhões", diz o presidente da empresa de logística, Bernardo Hees. "O trecho permitirá a maior utilização de nossas máquinas e pode dobrar o volume transportado do Oeste do estado a Paranaguá", explica o diretor Rodrigo Campos.

A empresa considera positivos os sinais vindos de Brasília. "Vejo uma vontade de investir que há muito tempo não sinto no país. O Brasil está deixando de sonhar e começando a ser prático", diz Hees, para quem o desenvolvimento dos projetos deve ocorrer dentro de um ou dois anos.

Na contramão, a diretoria da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), companhia de capital misto que tem participação do governo do estado, defende a construção do trecho até a Lapa.

Outra obra para a qual a empresa aguarda definição do poder público, dessa vez estadual e municipal, é o contorno ferroviário na região de Curitiba, que evitará a passagem de trens pelos bairros da capital.

Além desses investimentos, a ALL planeja investir R$ 2 bilhões nos próximos 5 anos – aos quais pode ser acrescentado o mesmo valor em aportes realizados pelos seus clientes. Algumas das obras em andamento ou a serem realizadas envolvem desvios no Porto de Paranaguá, construção de pátios, ampliação de sistemas de automação, um possível terminal de celulose no Rio Grande do Sul e a recuperação de locomotivas, vagões e trilhos da Brasil Ferrovias, companhia com sede em Campinas (SP) adquirida no ano passado.

A aquisição acrescentou à ALL clientes da região Centro-Oeste, o que resultou na concentração da operação em cargas a granel. Essa era a situação em que operava a malha Sul da Rede Ferroviária Federal à época da privatização, revertida com a conquista de clientes industriais, mais lucrativos.

As transformações em andamento atraíram mais um acionista para a empresa, a Hana Investments. Hoje 85% dos investidores são estrangeiros. "Nos EUA e Europa o setor cresce pouco, mas aqui ainda há espaço para bons resultados", diz o diretor de relações com investidores, Rodrigo Campos. As ações lançadas pela ALL na Bovespa em junho de 2004 sofreram valorização de 377% até 31 de dezembro de 2006, quando o valor de mercado da empresa alcançou R$ 14 bilhões, ou 6,5 vezes mais do que a malha Sul da Rede Ferroviária Federal em 1997.

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