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50,3% é dos bancos públicos

O estoque de crédito nos bancos públicos cresceu 3,5% em junho em relação a maio, segundo o Banco Central, somando R$ 1,272 trilhão. Com isso, as instituições estatais alcançaram participação de 50,3% nesse mercado. Em maio, era de 49,4%. É o maior patamar desde março de 2007, início da série histórica.

Os efeitos do ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central, que desde abril já realizou três altas dos juros, começaram a aparecer para o consumidor, segundo dados divulgados ontem pela autoridade monetária. Em junho, a taxa média cobrada nas operações em que os bancos são livres para definir o juro aplicado foi de 26,5%, alta de 0,7 ponto porcentual sobre o mês anterior. Em maio, ela tinha recuado.

Houve alta no juro médio cobrado de consumidores e de empresas. Aumentou também a taxa com recursos direcionados – que incluem os financiamentos concedidos pelo BNDES, o crédito habitacional e o rural.

Por outro lado, mesmo com empréstimos mais caros, o calote recuou. A inadimplência média registrou queda de 0,3 ponto porcentual, pela primeira vez desde março, atingindo 5,2% das operações. Para o BC, a redução da inadimplência é consequência do alongamento dos prazos dos financiamentos e da mudança na política dos bancos, que passaram a exigir mais garantias dos tomadores.

"Tivemos períodos em que a parcela inicial de pagamento era baixíssima. A pessoa conseguia empréstimo sem aportar quase nenhum recurso e, ao ficar inadimplente, perdia muito pouco. Agora não. Isso ajuda a segurar a inadimplência", afirmou Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do BC. A maior seletividade dos bancos teve reflexos também no volume de crédito concedido, que caiu em junho.

Isso fez com que o ritmo de crescimento do saldo de financiamentos na praça também diminuísse. Nos empréstimos às famílias com recursos livres, o avanço foi de 7,9% nos 12 meses encerrados em junho. Em 2010, chegou a 20%, mas veio caindo.

"Além da posição mais conservadora dos bancos, há a queda no nível de confiança dos tomadores. O mercado de trabalho está mais fraco, e as famílias, com menos capacidade de fazer financiamento", avalia Wermeson França, economista da LCA Consultores.

A participação dos bancos públicos no crédito total chegou a 50,3%, segundo o BC – maior patamar desde março de 2007, início da série histórica.

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