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Com o impacto da alta do dólar sobre sua dívida em moeda estrangeira, a companhia telefônica GVT, com sede em Curitiba, apurou prejuízo de R$ 21,8 milhões no último trimestre do ano passado, revertendo um lucro de R$ 35,1 milhões em igual período de 2007. As perdas cambiais somaram R$ 75,6 milhões. O efeito, no entanto, é apenas contábil, uma vez que a dívida em dólar da empresa (US$ 180 milhões) vence em junho de 2011. "Se porventura daqui a seis meses o dólar tiver reduzido substancialmente seu preço, eventualmente a gente pode estar falando num tremendo lucro, e eu vou dizer a mesma coisa: trata-se de um resultado contábil, e não operacional", disse ontem o vice-presidente de Marketing e Vendas da companhia, Alcides Troller.

Mesmo considerando o "prejuízo" do último trimestre do ano, a GVT fechou 2008 com lucro de R$ 57,9 milhões, um decréscimo de apenas 2,3% em relação ao acumulado em 2007.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), indicador fiel ao negócio principal das empresas, foi de R$ 144,7 milhões no último trimestre, valor recorde da GVT, elevando o acumulado no ano para R$ 502,7 milhões. A receita líquida chegou a R$ 365,6 milhões no quarto trimestre, alcançando R$ 1,3 bilhão no acumulado do ano (alta de 34,6% na comparação com 2007).

O bom resultado operacional reflete o crescimento da companhia no ano passado. Só no último trimestre de 2008, a chamada "adição de linhas" (novos clientes) cresceu 153% em comparação ao último trimestre de 2007. Em 2008, o acréscimo foi de 135%.

Alcides Troller diz que a expansão na carteira de clientes ainda não reflete os efeitos da portabilidade numérica, que entrou em vigor no fim do ano passado em apenas três das cidades onde a GVT opera. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações do fim de janeiro apontaram a GVT como a líder da portabilidade numérica no segmento de telefonia fixa no Brasil, com 43% das linhas solicitadas.

E foi exatamente por conta da entrada em vigor da portabilidade que a empresa acelerou investimentos no ano passado, quando consumiu boa parte (R$ 720,8 milhões, alta de 27,3%) dos aportes programados em seu plano trianual. "Começamos 2009 com muito mais acessos telefônicos construídos do que a gente tinha inicialmente planejado, em função da existência da portabilidade."

Para 2009, a empresa planeja investir de R$ 500 milhões a R$ 550 milhões, principalmente na ampliação da rede para atender à demanda por usuários em função da portabilidade numérica. A empresa já tem como certa a entrada a uma nova cidade fora da "região 2" (composta pelas regiões Sul, Centro-Oeste e parte da Norte) – a exemplo da chegada a Salvador, em setembro último.

"Estamos muito otimistas em relação a 2009. A gente não tomaria nenhuma decisão de investir R$ 550 milhões neste ano se a gente não esperasse crescer", disse Troller.

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