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Quem abasteceu o carro ontem com álcool em Curitiba foi surpreendido pelo aumento generalizado dos preços. A grande maioria dos postos de combustíveis reajustou o valor em R$ 0,20 em relação à semana passada. O preço mais comum encontrado ontem era de R$ 1,69, o que representa 13,4% de aumento. Apesar da alta, os consumidores continuaram abastecendo, mas reclamando muito com os revendedores de combustível.

Em alguns postos que ainda não receberam álcool nesta semana, o preço continuou estável entre R$ 1,49 e R$ 1,53. Nesses locais os empresários ainda não sabiam dizer de quanto seria o reajuste com a chegada de um novo carregamento. A maioria dos proprietários e gerentes de postos consultados não quiseram dar entrevista, e reclamaram de ter de passar por "vilões" da história. "Só hoje levei umas 30 broncas. O pessoal fica achando que dono de posto é ladrão", disse um empresário.

O preço do combustível disparou a partir de dezembro, por conta do período de entressafra da cana de açúcar, que vai até o fim de fevereiro. De acordo com o presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese, o preço do litro do álcool na usina passou de R$ 0,75 em dezembro para R$ 0,89 agora, descontando os impostos. "Hoje os postos pagam entre R$ 1,39 a R$ 1,42. Acima desse valor é margem, mas ficaria impossível continuar com R$ 1,49", afirmou.

O empresário Antônio Simões, do posto Phoenix, disse que estava segurando o preço há 15 dias, e que a partir de segunda-feira reajustou o valor do álcool para R$ 1,69. "A gente pode até segurar um pouco, mas o preço quem controla não é a gente, é o mercado. Na hora da pressão a gente precisa subir", disse. O empresário disse que, apesar do aumento, não percebeu diminuição de movimento. A analista de crédito Silvane Smak Vasko foi uma das consumidoras que não percebeu o aumento do preço do combustível. "Estou acostumada a abastecer com álcool, e como o tanque estava vazio parei aqui. Mas mesmo com esse preço é melhor do que usar gasolina", declarou. Para o empresário, se ocorrerem novos aumentos, os proprietários de carros bicombustível vão começar a optar pela gasolina.

Na contramão do mercado, o posto Arabian, no bairro Barreirinha, em Curitiba, oferecia ontem à tarde álcool por R$ 1,47. O posto é de bandeira branca, e por isso pode comercializar combustível de qualquer marca. De acordo com o proprietário, Ricardo Helal, apesar disso o movimento continua o mesmo que em outros dias. "Acho que o pessoal está na praia, e por isso as pessoas estão reagindo devagar", afirmou. Ele disse que, mesmo vendendo álcool com este preço, consegue ter margem de lucro. O combustível representa cerca de 35% do que é comercializado no posto. O aposentado José Luiz Biora fez pesquisa de preço e abasteceu no local. "Ontem tinha visto em alguns lugares por R$ 1,49, hoje passou para R$ 1,69. É uma diferença muito grande, um absurdo", disse.

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