Aumento da taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para enfrentar a inflação.| Foto: Pixabay
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As pressões inflacionárias não param e devem levar o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) a aumentar a taxa básica de juro em um ponto percentual, levando-a para 12,75% ao ano nesta quarta-feira (4). O mesmo movimento de alta de juro deve ocorrer também nos Estados Unidos, motivado pela inflação crescente.

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O aumento da taxa Selic é o principal instrumento do BC para enfrentar a inflação. No Brasil, a prévia do IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial do país, acelerou no mês passado. No acumulado em 12 meses passou de 11,30%, em março, para 12,03%, em abril. “Esse quadro de inflação mais persistente e atividade aquecida continua desafiador para as decisões de política monetária”, citam economistas do Bradesco.

A instituição financeira entende que o Banco Central deixará suas decisões futuras condicionadas à evolução do cenário, sem se comprometer com o encerramento do ciclo de alta nos juros.

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O Itaú espera que o Copom siga destacando a situação de elevada incerteza internacional, com o conflito bélico entre a Rússia e a Ucrânia, o surto de Covid na China e maior inflação e taxas de juros nos países desenvolvidos.

“As autoridades devem sinalizar que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração do processo inflacionário, assim como dos efeitos defasados da política monetária”, destaca o banco.

As projeções para a inflação em 2022 vêm aumentando há 16 semanas, segundo o relatório focus do Banco Central (BC). O ponto médio das expectativas está em 7,89%. Há quatro semanas era de 6,97%. As expectativas para a inflação no próximo ano também estão piorando. No último mês, elas passaram de 3,8% para 4,1%.

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Alta nos juros dos EUA

Outro país que deve definir sua taxa básica de juros nesta quarta são os Estados Unidos. A expectativa do Bradesco é de que o FOMC (equivalente americano do Copom) eleve o juro básico em 0,5 ponto percentual, para 0,75%. E esta alta seria a primeira de uma sequência de quatro nessa magnitude, o que levará a taxa dos Fed Funds para 2,25% em setembro. Para o ano que vem, a projeção é de 4%.

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A expectativa é de que o aperto monetário nos Estados Unidos seja reforçado com mais medidas. A inflação anual é a maior em 40 anos, atingindo, em março, 8,5%, segundo o US Bureau of Labour Statistics.

Uma dessas medidas seria a redução mensal de ativos de US$ 60 bilhões em títulos do Tesouro e de US$ 35 bilhões em títulos lastreados em hipoteca, a ser realizado pela não rolagem do fluxo de vencimentos do principal e cupom de juros dos títulos na carteira do Fed.

Outro fator que pode pesar na decisão do Fed é a evolução dos preços dos ativos. “Houve um aumento expressivo na riqueza das famílias ao longo da pandemia graças ao aumento da poupança – por conta dos auxílios emergenciais pagos pelo Tesouro – e, especialmente, pela alta dos preços dos ativos”, aponta o Bradesco.

Segundo o banco, caso as ações não respondam significativamente aos efeitos da alta dos juros americanos, aumenta a probabilidade de o Federal Reserve ter de aumentar o juro ainda mais.