• Carregando...

O que é?

Veja como funcionam as operações de aluguel de ações e de venda a descoberto:

Aluguel de ações

O aluguel é uma espécie de empréstimo de papéis. O dono das ações comunica a intenção à corretora, que oferece as ações e realiza um contrato com quem está interessado em alugá-los. O locatário, por sua vez, em geral vende os papéis e os recompra em uma época de baixa antes de devolvê-las ao doador, lucrando com a diferença entre o preço de venda e o de compra. O dono das ações recebe uma taxa combinada entre as partes no contrato de aluguel e, além disso, continua ganhando os dividendos de suas ações. Porém perde direito a voto em caso de uma assembleia no período do aluguel.

Venda a descoberto

A venda a descoberto é utilizada por investidores que vendem ações que não possuem, esperando que seu preço caia abaixo do preço de venda, deixando como garantia outras ações ou o saldo financeiro de sua conta na corretora. Até 30 minutos antes do encerramento do pregão, o investidor recompra a ação vendida mais cedo, ganhando com a diferença, caso o papel tenha se desvalorizado.

Com o mau desempenho da BM&F Bovespa, investidores têm se valido de modalidades mais complexas do que a simples compra e venda de ações. Entre elas, estão a venda a descoberto e o aluguel de ações, que podem ajudar a alavancar os ganhos dos aplicadores. Entretanto, é preciso estar atento aos riscos das operações, principalmente no caso da venda a descoberto – espécie de "aposta" em que o investidor vende ações que não têm, esperando que o preço de­las caia, para recomprá-las mais tarde e embolsar a diferença (veja quadro).

Essas manobras podem ser acionadas a qualquer momento, não apenas em épocas de queda da bolsa. Porém são em momentos de baixa em que elas são mais procuradas – como agora, quando o Ibovespa acumula perdas de 15,54% no ano.

"Até então o investidor comprava e vendia ações, apostando e torcendo pela valorização dos seus papéis. Com isso, ele só usufruía 50% das oportunidades de negócio. Com essas outras modalidades, aumentam-se as oportunidades, principalmente quando a bolsa está em tendência de queda, como agora", diz Paulo Levy, diretor-executivo e responsável pela área de pessoa física da Icap Corretora de Valores.

Segundo ele, a modalidade de venda a descoberto pode ser utilizada por investidores que querem aproveitar os movimentos pontuais da bolsa, os chamados investidores de curto prazo. Levy avalia ainda que o investidor pessoa física tem operado mais na tendência de alta e essa manobra pode ajudar a trazer ganhos em épocas de baixa, como agora, momento em que as bolsas temem uma possível redução na nota de risco dos Estados Unidos ou problemas com as finanças de países da União Europeia – indícios de que as bolsas devem operar em baixa por longos períodos.

Os riscos nessa modalidade, porém, são grandes. Ao contrário da simples compra e venda de ações, quando o investidor pode perder apenas o que investiu, na venda a descoberto o valor pode ser maior. Afinal, é difícil prever se a queda das ações é temporária ou se pode perdurar; por isso, o risco de perder muito dinheiro só aumenta.

"A venda a descoberto tem alto risco, é uma das operações mais arriscadas da bolsa: o investidor basicamente aposta. É necessário um entendimento de mercado e uma análise de momento muito boa, sempre tendo em vista a volatilidade das bolsas", avalia Helvio Vieira Quintão, presidente do Comitê de Análise de Crédito e Gestão de Riscos do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (Ibef-PR).

Aluguel

O aluguel de ações é mais seguro e permite ao acionista receber mais do que os dividendos distribuídos pelas empresas. Com essa modalidade, o investidor – especialmente o que visa ao longo prazo – pode alugar suas ações e garantir uma renda extra enquanto não pensa em vender seus papéis. Em compensação, não se beneficia com os ganhos diários das ações, nem é prejudicado pelas perdas. "Para esse investidor, o aluguel vale a pena e não traz riscos, porque é uma forma de remunerar sua carteira. Ele ganha taxas de aluguel proporcionais ao tempo em que mantiver as ações alugadas", explica Guilherme Carrasco, diretor de renda variável da Grow Investimentos. As taxas são anuais e variam de forma inversamente proporcional à liquidez dos papéis: quanto menor a liquidez das ações de determinada empresa, maiores serão as taxas.

Complementares

A opção pela venda a descoberto pode requerer o aluguel de ações, pois o investidor não pode chegar ao fim do pregão sem possuir os papéis vendidos. Ele pode então recomprar as ações que vendeu, por um preço mais baixo, ou alugar de outro investidor, para continuar o movimento no dia seguinte.

"Quem alugou pode dispor das ações e vendê-las mais para frente. No término do prazo do aluguel, é possível renovar o contrato ou alugar de outra pessoa, dependendo da negociação das taxas", diz Quintão.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]