Marcas como Farm, Havaianas, Reserva, Penalty e Caloi fazem parte das escolhidas para estrear o site – a Amazon, no entanto, se diz aberta para receber novas empresas nos próximos meses.| Foto: EMMANUEL DUNAND/AFP

Os mercados de moda e esportes são os novos alvos da gigante americana Amazon no Brasil. A partir desta quarta-feira (22), a empresa insere em sua loja 350 mil novos produtos, divididos entre as duas categorias, em mais uma fase de sua expansão no país.

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Presente no Brasil há cinco anos, a Amazon começou a diversificar sua oferta para além de livros e e-books em outubro do ano passado. Por enquanto, os produtos serão oferecidos por parceiros da empresa - a ela, caberá cuidar da intermediação entre compradores e vendedores, em um sistema conhecido no mercado como marketplace.

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Com as novas seções, a Amazon passa a competir em dois relevantes mercados do comércio eletrônico brasileiro. Juntos, moda e esportes representam 20,4% dos pedidos de compras online no país e 10% do faturamento, segundo dados da consultoria especializada Ebit/Nielsen. Sozinha, moda é a principal categoria do país, sendo responsável por 14% dos pedidos feitos pela internet no país, e 6% do faturamento.

A categoria de moda exige que o vendedor seja pessoa jurídica. Já a de esportes aceita o anúncio de produtos de pessoas físicas, assim como acontece no Mercado Livre, por exemplo.

Marcas como Farm, Havaianas, Reserva, Penalty e Caloi fazem parte das escolhidas para estrear o site – a Amazon, no entanto, se diz aberta para receber novas empresas nos próximos meses.

Para atrair consumidores, a empresa negociou com marcas anunciantes descontos de até 70% e parcelamento de 10 vezes sem juros nas duas primeiras semanas. Algumas lojas também oferecem frete grátis. 

“O desconto é uma forma de comemorar esse novo momento, mas não seremos uma plataforma de venda em liquidação”, disse Otávio Alves, gerente-geral da área de moda da Amazon no Brasil.

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Com as duas novas opções, a loja brasileira da empresa passa a ter oito seções: livros, eletrônicos, videogames, casa e cozinha, ferramentas, papelaria, moda e esportes – destas, só nos livros há o modelo de venda direta, no qual é a própria Amazon que comercializa o produto para o consumidor, e não um parceiro. Além disso, ainda é pouco perto da diversidade de itens que a empresa oferece nos EUA: lá, são mais de 30 seções, incluindo beleza, brinquedos e saúde.

A empresa é líder mundial no varejo online e seu lucro foi de US$ 2,5 bilhões no último trimestre. Em 2017, 140 mil vendedores globais comercializaram cerca de US$ 100 mil em produtos no site da marca. Desde que lançou o marketplace no Brasil, o catálogo aumentou em mais de 10 vezes. 

Aposta

A empresa mira ainda na segmentação de produtos de moda e de esporte para atender o maior público possível. Assim, sinalizará quando a roupa ou acessório for de alta costura, de novos estilistas brasileiros, voltado para o consumidor plus size (tamanhos grandes), vegano ou artesanais, por exemplo.

Porém, entrar na vida dos brasileiros pode ser um pouco mais difícil do que a empresa pensa. Pedro Guasti, consultor de Negócios Ebit/Nielsen, diz que a Amazon ainda não conquistou o mercado nacional como o fez em países da Europa e os Estados Unidos.

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“A Amazon ainda não é a primeira empresa que os brasileiros pensam quando compram online”, diz Guasti. “Ela ainda vai precisar fazer muitos investimentos para ser lembrada”.

O especialista lembra que, no Brasil, a Amazon não possui serviço de entrega próprio, o que garante a experiência pós-compra que a tornou famosa em outros países. Guasti acredita ainda que a empresa deve anunciar ainda mais novidades em breve. “A Amazon pensa a longo prazo. Ela não tem pressa, mas é muito estratégica”, diz.