| Foto: Eric Slomanson/Divulgação

Nas últimas semanas, cresceram as especulações de que a Amazon planeja lançar uma operação de logística e entregas globais para competir com a United Parcel Service (UPS) e com a FedEx. Indagado sobre relatos de que a empresa estaria arrendando aviões e teria registrado um serviço de afretamento marítimo para entregas, Brian Olsavsky, diretor financeiro, minimizou as ambições da Amazon no mês passado. Ele disse que a empresa buscava apenas complementar seus parceiros de entregas nos períodos de pico, como as festas de fim de ano. Documentos obtidos pela Bloomberg indicam, porém, planos bem mais ambiciosos.

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Segundo um relatório de 2013 da companhia, ao qual a Bloomberg teve acesso, a empresa pretende criar uma rede de distribuição global para controlar o fluxo de mercadorias provenientes da China e da Índia até a casa dos clientes em cidades como Atlanta e Nova York, nos Estados Unidos, e Londres, na Inglaterra.

Batizado de “Barco do dragão” — em referência à tradicional embarcação chinesa usada em corridas — o projeto promete tornar FedEx e UPS rivais da Amazon. Além disso, a gigante de Seattle enfrentaria a chinesa Alibaba. As duas empresas competem pelo domínio do mercado em expansão de e-commerce internacional. O braço de pesquisa da Alibaba, a AliResearch, e a Accenture estimam que em 2020 esse mercado vai chegar a US$ 1 trilhão, com cerca de 900 milhões de consumidores.

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Segundo o relatório, o plano da Amazon é criar uma empresa chamada “Global Supply Chain” já neste ano. A ideia da companhia é eliminar ainda a participação de empresas intermediárias no setor, que atuam sobretudo com questões legais e burocráticas na transferência de mercadorias entre países. A Amazon iria, assim, comprar estoques de comerciantes em todo o mundo e, em seguida, adquirir espaços em navios e aviões. A empresa não quis comentar.

O relatório diz que, em vez de fazer reservas em companhias como DHL, UPS ou FedEx, a transação seria feita diretamente com a Amazon. “A facilidade e a transparência serão revolucionárias e haverá uma migração devido aos preços menores”, diz um trecho do relatório. Para isso, os planos envolvem a parceria com operadoras em todo o mundo, e que gradualmente serão eliminadas do processo tão logo a Amazon obtenha os volumes necessários.

“Eles estão dando os primeiros passos em um longo caminho”, disse Colin Sebastian, analista da Robert W. Baird & Co, lembrando que a empresa global de logística poderia se tornar um negócio de US$ 400 bilhões.

A gigante do comércio eletrônico tem enfrentado pressão crescente em Wall Street para reduzir seus custos de envio, que subiram 37% no último trimestre em relação a igual período do ano anterior.

A Amazon classifica o seu projeto de um “revolucionário sistema que irá automatizar a cadeia de abastecimento internacional e eliminar grande parte dos processos”.

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No mês passado, uma empresa de logística de São Francisco chamada Flexport publicou um comentário na internet observando que o registro da subsidiária chinesa da Amazon nos EUA permite que ela forneça serviços de frete marítimo a outras empresas. O mercado de frete marítimo movimenta US$ 350 bilhões.

Segundo uma fonte, em dezembro, a Amazon teria avaliado arrendar 20 jatos da Boeing para controlar melhor os custos de entrega.

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