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A Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) vai pressionar o próximo governo a adotar um Acordo Marco de Comércio e Investimentos ("Tra­de and Investment Framework Agreement", ou Tifa, como é mais conhecido, na sigla em inglês) com Washington. A ideia é seguir os passos do Uruguai, que encontrou brechas nos mecanismos legais do Mercosul para fechar o mesmo acordo com os americanos. Pelas regras do bloco, os países membros só podem fechar tratados de comércio em grupo, nunca individualmente. A informação foi dada pelo presidente da Amcham, Gabriel Rico, que esteve em Curitiba na última quinta-feira para a comemoração de 10 anos do escritório da entidade na capital.

"É um acordo que facilita muito o comércio e o investimento entre os dois países. O Uruguai conseguiu fazer sem macular as normas do Mercosul, e esperamos que o Brasil faça o mesmo", explicou Rico. "Os acordos de comércio têm um impacto enorme na economia. O caso do Peru é notório. Após o acordo de livre comércio com os EUA, firmado há dois anos, é um dos países que mais crescem na América Latina."

O Tifa especifica tarifas e impostos para vários produtos e garante a aplicação mútua de investimentos. O acordo também é considerado uma prévia para uma eventual assinatura de um Tratado de Livre Comércio (TLC). "Nós temos que acabar com a bitributação no comércio entre os dois países. Hoje, um produto é tributado na saída e na chegada. Isso não faz mais sentido. É uma pendência entre Brasil e EUA há 40 anos", afirmou o presidente da Amcham.

Propostas

Em relação à eleição de outubro, a entidade de comércio está preparando um estudo, a ser entregue aos candidatos, com propostas para melhorar a eficiência dos negócios no Brasil. Num fórum com especialistas, foram escolhidas quatro áreas chaves para atuação: burocracia, infraestrutura, mão de obra qualificada e interferência do Estado na economia. "Dentro dessas áreas, fizemos 40 propostas para melhoria no Brasil. Agora, isso vai para a votação em todos os escritórios nacionais da entidade, e vamos entregar 20 desses projetos aos candidatos." Segundo Rico, as propostas foram pensadas de forma que a implementação não exija mudanças legislativas. "A ideia é que apenas o Executivo possa fazer essas mudanças. Não haveria necessidade de mudanças na legislação, o que facilita muito a implementação", afirma.

Balança comercial

Nos primeiros cinco meses do ano, a balança comercial entre Brasil e EUA fechou com déficit de R$ 4,1 bilhões. "Há duas razões para isso: primeiro, os EUA estão importando menos, por causa da crise. Mas o motivo principal é o perfil dos produtos importados e exportados por cada país. O Brasil vende principalmente produtos agrícolas e minérios, mas compra mais produtos semi-acabados ou industrializados, que são mais caros e afetam a balança."

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