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A América Latina está bem isolada da crise de dívida da Grécia, embora suas exportações possam sofrer se o euro continuar a cair, afirmou Luis Moreno, chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento, nesta segunda-feira.

A moedas da região subiram na proporção do recuo do euro, tornando as exportações latino-americanas menos competitivas, apesar dos preços das commodities terem beneficiado muitos países.

"É evidente que não há bancos latino-americanos detendo uma grande parte da dívida grega. Tão pouco há muito comércio com a Grécia", disse Moreno durante o Reuters Latin American Investment Summit.

"A questão maior é a implicação para a Europa como um todo e do euro em particular. Isso poderia ter algumas implicações sobre o valor do euro e no comércio com a América Latina."

Perguntado se os mercados de capitais poderiam aproveitar-se de novo como fizeram em 2008, Moreno disse que tudo depende da capacidade da Europa de evitar o contágio dos problemas na Grécia.

"A grande questão é se isso está restrito à Grécia", disse ele. "Se isto tem implicações mais amplas acho que não só vai afetar a América Latina, vai afetar a economia mundial".

Ele rejeitou a idéia de uma dissociação completa, que pode tornar a região imune à turbulência financeira global.

"Quando há um profundo choque para a economia mundial há uma reconexão muito rápida", disse ele.

Moreno citou o risco da necessidade dos países ricos em emitir grandes quantidades de dívida nos próximos anos, poderia criar um efeito de "repulsão".A América Latina, um improvável oásis de estabilidade em meio à recente crise financeira mundial, é agora mais madura politicamente, argumentou Moreno, elevando as chances de que a disciplina fiscal seja mantida.

Isso significa também que as autoridades financeiras das grandes economias da América Latina estão cientes dos riscos de superaquecimento dos preços dos ativos. Moreno citou o aumento na taxa básica de juros no Brasil como evidência de que as autoridades estão dispostas e capazes de tomar medidas para amortecer a volatilidade.

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