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Com a desaceleração do crescimento da China, a economia da América Latina se mostra vulnerável, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira (4) pela agência de classificação Moody's.

Pela análise, dentre todos os países latinos, o Chile é o mais exposto à queda das exportações para o país asiático - fatia que representa até 7% do PIB.

Porém, as consequências dessa nova realidade não atingem todos os países de forma homogênea. As exportações da China, por exemplo, representam apenas 2% no PIB total da América Latina -a exposição geral mais baixa entre os mercados emergentes, segundo especialistas da Moody's.

De acordo com perspectivas, o cenário central para a empresa de classificação americana, responsável pela análise, é a desaceleração da China em 2015 e 2016 para o patamar de 7%.

Porém, a pesquisa explora também o cenário "muito menos provável de estresse", com crescimento econômico chinês em torno de 5%.

"A América Latina como um todo poderia ser afetada marginalmente por uma redução no crescimento da China, sob ambos cenários alternativos principais, diante da exposição limitada à economia chinesa pelos canais comercial e financeiro", afirma Lucio Vinhas de Souza, economista-chefe responsável pelo levantamento.

Com os dois cenários de crescimento, o Chile continua sendo o país mais prejudicado, seguido por Uruguai, Peru e Brasil.

A Moody's também observa que a Venezuela e o Equador recebem financiamento preferencial e substancial da China, equivalente a mais de 10% de seus PIBs, o que representaria outra potencial de vulnerabilidade.

Setores

Quanto aos setores corporativos, a publicação analisa que as exportações de metais básicos e minério de ferro da América Latina são as mais expostas, principalmente em empresas do Chile e Peru.

A China responde por mais de 40% da demanda mundial por alumínio, cobre, níquel e zinco.

A demanda por celulose também pode ser atingida, mas os produtores latino-americanos de celulose têm estruturas de baixo custo e posições de liderança na indústria, o que dá a eles uma ampla reserva para suportar ciclos de baixa da indústria.

Bancos

A Moody's ainda afirma que o crescimento lento da China não deve prejudicar a qualidade dos ativos dos bancos na América Latina.

Isso porque grandes projetos de mineração, por exemplo, que poderão ter baixas nos próximos anos, tem, principalmente, financiamento internacional.

Respiro

Para impulsionar o crescimento, o banco central da China cortou o volume de dinheiro que os bancos devem manter como reservas nesta quarta-feira (4), o primeiro corte abrangente para o setor em mais de dois anos e meio, conforme aumenta esforços para fortalecer o crescimento da segunda maior economia do mundo.

A medida, que surge menos de três meses após a China também ter cortado a taxa de juros pela primeira vez em mais de dois anos, era amplamente esperada por investidores, que apostavam que a política monetária teria que ser afrouxada ainda mais para elevar o crescimento econômico de uma mínima de 24 anos.

A taxa de compulsório será reduzida em 0,5 ponto percentual, disse o Banco do Povo da China num comunicado em seu website. O corte entrará em vigor a partir de 5 de fevereiro e levará a taxa de compulsório para grandes bancos a 19,5%.

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