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Para Bueno, fundador da Amil, transação vai melhorar atendimento a brasileiros | Divulgação/Amil
Para Bueno, fundador da Amil, transação vai melhorar atendimento a brasileiros| Foto: Divulgação/Amil

A expressão do médico Edson de Godoy Bueno, fundador e presidente da Amil, nas fotos distribuídas por sua assessoria de imprensa, ontem, tem explicação. Ele e sua sócia, Dulce Pugliese, acabam de fechar acordo para venda de 90% da operadora brasileira ao grupo UnitedHealth, o maior dos Estados Unidos no setor de saúde suplementar, com cerca de 35 milhões de beneficiários por lá.

O grupo norte-americano selou sua entrada no mercado brasileiro com a aquisição de quase 60% dos controladores da Amil Participações por R$ 6,5 bilhões e a perspectiva de oferta de até R$ 3,4 bilhões por outros 30% que estão com acionistas minoritários na Bovespa e ainda terão a oportunidade de fazer negócio com a UnitedHealth. Bueno e Dulce continuarão a ter participação remanescente de 10% na Amil por, ao menos, cinco anos. A operadora brasileira hoje é líder no mercado de saúde suplementar, com 9% de participação nacional e mais de 5,8 milhões de beneficiários.

O negócio acontece no momento em que investidores estrangeiros, de maneira geral, mostram cautela com o Brasil, diante do aperto em setores regulados por agências federais, incluindo energia elétrica, telecomunicações e saúde.

Nos EUA, enquanto isso, as provedoras de planos de saúde estão sob pressão, com o governo de Barack Obama controlando os reembolsos por seus programas Medicaid e Medicare para pobres e idosos, e à medida em que cresce a competição por planos de saúde corporativos.

Outros países

Para o grupo norte-americano, a aposta na Amil tem como base o fato de atualmente os planos de saúde atenderem 25% da população brasileira – 48 milhões de beneficiários –, comparado a cerca de 80% nos EUA. Segundo o presidente e CEO da UnitedHealth, Stephen J. Hemsley, o Brasil atraiu a companhia também por economia estável, pela nova classe média emergente e também por avanços em políticas públicas e regulação da saúde suplementar nos últimos anos. "Combinar a Amil com a experiência e a capacidade do grupo UnitedHealth, desenvolvidas ao longo das últimas três décadas, é a melhor oportunidade de crescimento e valorização que nós vimos em anos", disse Hemsley, em nota distribuída à imprensa.

Ainda ontem, com a notícia da compra, as ações ordinárias da Amil saltaram 15,26%. "Como a Amil, a United é focada em apoiar a relação médico-paciente, em excelência assistencial, medicina preventiva e promoção de saúde. Esta parte de nosso trabalho será reforçada pela tecnologia que a United usa, há vinte anos, para, com base em dados de desfechos clínicos, identificar, privilegiar, e promover a excelência em seus serviços e sua rede credenciada", disse Bueno, por e-mail.

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