O israelense Amos Genish foi um dos fundadores da GVT, que acabou comprada pela Vivo| Foto: Vivo/Divulgação

A Telefônica Vivo, operadora líder no país, anunciou na noite de domingo (9) que o atual presidente da companhia no Brasil, Amos Genish, vai deixar o comando da empresa no fim do ano. O executivo brasileiro Eduardo Navarro de Carvalho, diretor chefe comercial do grupo na Espanha, que está na tele há 17 anos e há 15 estava na matriz da empresa, vai assumir o posto.

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A saída de Genish, considerado um executivo estratégico para o momento de transição da Telefônica, não pegou todos de surpresa, afirmaram fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Uma fonte ouvida pela reportagem na noite de domingo afirmou que a saída de Genish já estava em negociação e que ele ficaria no máximo dois anos para implementar o processo de transição na empresa, após a incorporação da paranaense GVT pela Vivo, um negócio de R$ 22 bilhões anunciado em agosto de 2014, consolidando a operadora espanhola na liderança isolada do setor.

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O israelense Genish transformou a pequena GVT, fundada por ele e que foi comprada pela francesa Vivendi, em um dos principais ativos cobiçados pelas operadoras no Brasil. Genish foi indicado para presidência da Telefônica Vivo para comandar o processo de transição após a robusta aquisição.

Analistas de mercado informaram ao jornal O Estado de S. Paulo que a transição ocorreu bem e nada dava indicativos de que a empresa poderia mudar a gestão. “No mercado, comenta-se que Amos Genish poderia ficar somente até implementar a integração da empresa. Ele era a pessoa mais indicado para fazer isso, já que transformou a GVT em uma empresa cobiçada por importantes grupos do setor”, disse Eduardo Tude, diretor da Teleco, uma das principais consultoria do setor.

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Desgaste

Mas, em julho, uma notícia colocou em xeque tudo que parecia correr bem na companhia. A diretora de marketing da operadora, Cris Duclos, saiu da empresa após ser acusada de suposto desvio de dinheiro da companhia, depois de o comando da operadora pedir sindicância interna. No mês passado, a ex-executiva entrou na Justiça em São Paulo pedindo sua reintegração à companhia e uma indenização. Segundo processo, a demissão dela não foi por justa causa, o que não justificaria a acusação.

Fontes afirmam que esse assunto criou um desgaste entre a gestão da operadora no Brasil e a matriz na Espanha.

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Em comunicado enviado ao mercado, a companhia informou que Navarro vai assumir a gestão da empresa a partir do dia 1º de janeiro de 2017. “Esta indicação ocorre depois de Amos Genish informar ao Conselho de Administração da Telefônica Brasil sobre a sua decisão de deixar o cargo de presidente e CEO da Companhia no final de 2016”, informou o comunicado. A empresa também aprovou a criação de um comitê de estratégia, presidido por Genish, que se manterá como conselheiro.

A empresa reforça que o executivo sairá por questões pessoais. Fontes próximas ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo informam que o executivo vai “se dedicar a projetos pessoais”.

Embora seja um funcionário de carreira do grupo, Navarro, que entrou na companhia e ficou no Brasil entre 1999 e 2002 e depois foi para Espanha, não é um nome conhecido no mercado nacional. A dúvida, segundo fontes, é se ele será um nome indicado apenas para esse período de transição ou se assumirá definitivamente o cargo.

Para Tude, da Teleco, Genish cumpriu bem o papel de integração da companhia. “Resta saber exatamente o por quê da saída dele. Mas acredito que essa mudança provocará impacto no mercado.”