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O projeto de lei que será votado hoje pelo Parlamento grego tem como objetivo inserir cláusulas de ação coletiva (CACs) nos títulos de dívida da Grécia. Essas cláusulas determinam que qualquer mudança nos termos da dívida grega aceita por pelo menos dois terços dos detentores desses papéis passa a valer para todos os credores do país (mesmo que nem todos concordem).

Isso ajudaria o governo da Grécia a alcançar uma boa margem de participação na operação de troca de títulos que tem como objetivo reduzir em 53,5% o valor nominal da dívida grega detida pelo setor privado, que assim cairia de 206 bilhões para 110 bilhões de euros. Os bancos e os credores privados precisarão aceitar a redução. Mas, para analistas, a Grécia não conseguirá adesão de todos os credores, e partirá mesmo para o calote "forçado", por meio dos CACs.

Rebaixamento

Em resposta ao acordo para redução da dívida, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou ainda mais a nota de crédito da Grécia, de CCC para C, considerada de grau especulativo, ou "lixo". Segundo fonte do Ministério de Finanças da Grécia, a oferta de troca de títulos deve ser aberta na sexta-feira e encerrada até 11 de março – às vésperas do vencimento de 14,5 bilhões de euros da dívida grega, no dia 20.

Sem adesão

Na visão de analistas europeus, a Grécia não deve conseguir adesão suficiente para colocar em prática a oferta voluntária de troca da dívida aos credores privados e o o governo grego partirá para o calote forçado de sua dívida, por meio do uso de CACs, o que dispararia os contratos de swaps de default de crédito (CDS), espécie de seguro contra calote. Essa sequência de movimentos representaria o primeiro calote soberano formal da zona do euro.

Para conseguir realizar a oferta de forma voluntária, o governo grego precisaria de adesão entre 80% e 90% dos credores. Mas diversos grandes bancos, entre eles Credit Suisse, ING e BNP Paribas, já dizem que isso não será possível.

Conforme o projeto em votação, o governo precisa de adesão de apenas 66,6% de seus credores para ativar as cláusulas de ação coletiva. Segundo o Deutsche Bank, é um porcentual menor que os 75% normalmente usados como padrão em operações desse tipo.

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