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A direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (2), por unanimidade, o aumento da capacidade de geração da usina Santo Antônio, no rio Madeira (RO). Para isso, será preciso alterar parte do projeto da usina, aumentando a profundidade da área alagada em menos de um metro. A mudança permitirá a instalação de seis novas turbinas. Com as novas máquinas, a potência total de Santo Antônio será aumentada em cerca de 420 megawatts médios. Atualmente, o projeto prevê 44 turbinas, com potência máxima de 3.150 MW.

Há dois anos o projeto sofre resistência por parte dos gestores da usina de Jirau, também localizada no rio Madeira. O impasse existia porque, ao aumentar a capacidade da usina de Santo Antônio por meio de alterações na profundidade do reservatório, a geração da usina de Jirau acaba prejudicada.

Como as duas usinas estão no curso do mesmo rio, aumentar a profundidade do reservatório de Santo Antônio diminui, necessariamente, a queda d'água que chega a Jirau, diminuindo a capacidade de geração da usina.

Portanto, para que Jirau não tenha perdas, a Aneel determinou que Santo Antônio, em contrapartida, repasse uma pequena parte de sua energia.Essa quantidade representa 24,3 megawatts médios da garantia física de Santo Antônio, como forma de compensação.

Limite

No início do ano, o presidente da concessionária Santo Antônio Energia S.A., responsável pela usina de Santo Antônio, disse esperar uma decisão da agência até o início do segundo semestre. Segundo ele, qualquer alteração no projeto da usina precisa entrar no cronograma de obras até meados de agosto, sob risco de tornar-se financeiramente inviável.

A Aneel adiou por duas vezes a análise do caso, mas a encerrou durante reunião da diretoria na tarde desta terça. Ao aprovar o pedido da concessionária da usina de Santo Antônio, a agência recomendou ainda que o Ministério de Minas e Energia inicie tratativas com o governo boliviano para que seja possível que Jirau alague uma área pouco maior que o terreno delimitado no projeto inicial, já chegando ao país vizinho.

Caso esse acordo seja realizado, seria possível que Jirau repusesse a perda com a mudança da profundidade do reservatório.Se esse acordo, de fato, for firmado, a obrigatoriedade Santo Antônio compensar Jirau deixa de existir, uma vez que ambas terão sua geração total garantida.

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