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Sede da Copel em Curitiba | Danil Castellano/ Gazeta do Povo
Sede da Copel em Curitiba| Foto: Danil Castellano/ Gazeta do Povo

Empresa teve lucro de R$ 252 mi no 2.º tri

A Copel teve receita de R$ 2,1 bilhões de abril a junho, resultado 11% inferior ao do primeiro trimestre, mas 4% superior ao do segundo trimestre de 2012.

O lucro líquido teve comportamento semelhante: o valor do segundo trimestre deste ano, de R$ 252 milhões, foi inferior ao do trimestre anterior (-37%) e maior que o observado no mesmo período de 2012 (+36%).

O balanço divulgado ontem mostra que neste ano o primeiro semestre foi 29% mais lucrativo que em 2012. A estatal credita o desempenho ao crescimento nas receitas de fornecimento e de suprimento de energia e à redução de custos com uso da rede e com pessoal.

As maiores reduções de custo ocorreram nos encargos de uso da rede elétrica (-86%) e nas despesas com pessoal (-14,6%) – este último, reflexo direto do plano de demissão incentivada.

Distribuição

A subsidiária de distribuição mostrou recuperação no segundo trimestre. De um prejuízo de R$ 67,7 milhões no começo do ano, passou a lucro líquido de R$ 68,1 milhões, apesar de a receita líquida ter mostrado queda (-0,1%). Contribuíram para isso também as reduções de 16,8% na despesa com pessoal e de 6,4% no custo com terceirizados.

A Copel Telecom e a Copel Geração e Transmissão também tiveram lucro líquido (de R$ 11,5 milhões e de R$ 149,2 milhões, respectivamente).

R$ 3,26 bilhões era a dívida da Copel no fim de junho. Os três maiores credores da Copel são: Banco do Brasil e demais bancos (R$ 1,565 bilhão); acionistas (R$ 1.012 bilhão, em debêntures); e BNDES (R$ 374 milhões).

A Copel tem até 30 de setembro para entregar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um plano de recuperação para sanar as dívidas que, na avaliação do órgão regulador, ameaçam a qualidade de seu serviço de distribuição de energia. O prazo foi determinado em ofício datado de 30 de julho, trazido a público pelo senador Roberto Requião (PMDB).

O pedido não significa, porém, que a Copel toda esteja no vermelho. Por meio de subsidiárias, a estatal atua em quatro frentes, da geração de energia a telecomunicações. O balanço financeiro mais recente aponta que, no conjunto, a estatal acumulou lucro líquido de R$ 650 milhões no primeiro semestre, 29% mais que no mesmo período de 2012.

O que gerou o alerta da Aneel foi o desempenho da Copel Distribuição, que no primeiro trimestre havia tido prejuízo de R$ 67,7 milhões. Para o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, o pedido da Aneel se baseia na performance do início do ano. "A carta refere-se ao 1.º trimestre, que já passou faz tempo", afirma o executivo, que acredita haver desconhecimento da reguladora sobre as finanças atuais da empresa.

Ele reconhece, no entanto, que a subsidiária de distribuição "tem fragilidades". Entre os problemas, cita reflexos de duas decisões do governo federal: o alto preço da energia térmica contratada e o plano que baixou em 18% as contas residenciais de luz em 2013.

Segundo Zimmer, a empresa vai apresentar à Aneel o plano de redução de custos implantado neste ano. O ponto central é o programa de demissão voluntária, que já convenceu 1.047 funcionários a deixar a empresa. Mas o plano entregue à reguladora deverá trazer reformulações nas medidas originais, que previam "horizonte mais curto", nas palavras do presidente – a agência pediu que o planejamento preveja ações até 2025. Para Zimmer, o atual índice de endividamento da Copel – 25,2% do patrimônio líquido – é "saudável".

A Aneel informou ontem que a avaliação expressa no ofício "reflete uma rotina cautelar da Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira" e pode ser rebatida pela estatal. Isso significa ainda que sanções à companhia estão longe da iminência. "O processo decisório [sobre punições] cabe à Diretoria Colegiada da agência", informou a Aneel, em nota.

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