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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Apagão reduz produção em papeleira

A produtora de papel cartão Ibema (foto) deixou de produzir cerca de 2 mil toneladas desde o final do ano passado devido às constantes paradas na produção, causadas pela instabilidade no Sistema Elétrico Nacional. Segundo a companhia, frequentes oscilações têm provocado desligamentos repentinos da produção. Desde o início das atividades em 2015, em janeiro, foram totalizadas 100 horas de perda na produção.

O pico das interrupções ocorreu no último dia 19, às 14h55, quando um apagão no sistema provocou queda de energia em várias cidades, entre elas, Turvo (região Central do Paraná), onde fica a fábrica da Ibema. Segundo o diretor industrial da companhia, Fernando Sandri, foram mais de 12 horas com as máquinas paradas. A empresa informou ainda que as interrupções resultaram em avarias em motores, nos sistemas de controle de processo, instrumentos e em uma das cortadeiras. Por ano, a fábrica produz 90 mil toneladas de papel cartão.

Estadão Conteúdo Web

Com o fim do auxílio de R$ 9 bilhões em subsídios pagos pelo Tesouro Nacional, a conta de luz dos consumidores das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terá um reajuste de 19,97% derivado dos gastos com programas sociais que voltarão a ser cobrados na tarifa de energia. Somado ao aumento do preço da eletricidade de Itaipu, também repassado ao consumidor, o "tarifaço" para essas três regiões chegará a 25,97% em 2015.

Além disso, as contas de luz terão o impacto adicional do reajuste ordinário deste ano. Para algumas empresas, a elevação da tarifa pode superar os 50%, índice muito acima do previsto pelo Ministério de Minas e Energia até aqui.

Os números foram apresentados ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em sua proposta para o orçamento do fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que foi colocada em consulta pública. Segundo o relator do processo, diretor Tiago de Barros Correia, as despesas com programas setoriais do setor elétrico vão atingir R$ 25,961 bilhões neste ano – as receitas próprias da CDE somarão apenas R$ 2,75 bilhões. A conta a ser paga pelos consumidores somará R$ 23,21 bilhões em aumentos na tarifa de energia.

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, considerou "razoável" o reajuste extraordinário nas contas de luz de consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Questionado sobre o impacto médio nas tarifas, Rufino não quis adiantar nem confirmar números. Respondeu apenas que o aumento "deve ser dessa ordem".

Para as distribuidoras das Regiões Norte e Nordeste, os reajustes para cobrir o fundo CDE devem ser de 3,89%, "significativamente menores", segundo Rufino. Esses consumidores não pagam a energia de Itaipu, por exemplo. Além disso, o custo dos programas sociais é dividido numa proporção menor para esses consumidores – 80% vão para Sul, Sudeste e Centro-Oeste e 20% para Norte e Nordeste.

Embate

A divulgação do orçamento da CDE carimbou a vitória da nova equipe do Ministério da Fazenda, comandado por Joaquim Levy. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, lutava para que o Tesouro bancasse pelo menos R$ 6 bilhões dos R$ 9 bilhões previstos originalmente no orçamento federal.

Do total de despesas da CDE deste ano, R$ 5,464 bilhões são despesas de anos anteriores que ficaram para 2015, ou seja, restos a pagar. A maior parte, R$ 20,495 bilhões, são gastos correntes previstos para este ano, que incluem subsídios para irrigantes, produtores rurais e carvão mineral, Tarifa Social da Baixa Renda, Luz pra Todos e despesas com combustível para as térmicas da Região Norte do país.

Rufino disse que os reajustes extraordinários não incluem os custos do empréstimo de R$ 17,8 bilhões dados às distribuidoras em 2014. Essa e outras despesas correntes serão transferidas para a conta de luz nos reajustes anuais ordinários – cada distribuidora tem uma data fixada, entre fevereiro e dezembro.

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